09 out, 2025 - 23:02 • João Maldonado
“Uma casa aberta, ao estilo de Jesus, acolhedora, próxima, hospitaleira, livre e que ajuda a libertar.” É assim que o padre João Manuel Silva descreve, em entrevista à Renascença, o CUMN. Tem 41 anos, é jesuíta há 17 e padre há seis. É atualmente o diretor do Centro Universitário Manuel da Nóbrega.
Estávamos em 1975 quando a ideia surgiu. “O provincial, o padre Júlio Fragata, teve a coragem de mandar os jesuítas para Coimbra começar uma coisa completamente nova” – uma empreitada que acabou por ser entregue aos padres Vasco Pinto Magalhães, António Vaz Pinto e Alberto Brito. Mesmo a nível europeu continuará a ser algo inovador, “um projeto um bocadinho único” – pela época em que surgiu e que se vai adaptando aos tempos modernos.
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O CUMN celebra este fim-de-semana 50 anos. O programa, com inscrições abertas, arranca no sábado, às 15h 00, com uma exposição no próprio Centro. Há depois espaço para uma apresentação de um documentário, uma mesa-redonda e um café-concerto.
No domingo acontece a celebração central: a missa às 12h30 na Sé nova de Coimbra. Segue-se um almoço.
A meta esteve sempre focada, até como o próprio nome indica, no ambiente universitário, em particular nos estudantes, mas também nos professores, mostrando “um estilo de Igreja próxima, descomplicada, simples”.
A maior parte das atividades são dirigidas a grupos entre os 18 e os 24 anos, mas há propostas para mais velhos e para mais novos: os conhecidos GVX – ou Grupos de Vida Cristã – que vão do 8.º ao 12.º ano.



“Tal como a Universidade forma médicos, engenheiros, juristas” o Centro quer “ajudar todas as profissões a desenvolver a sua dimensão cristã com sentido crítico e integrando o Evangelho e Jesus na sua vida”.
As atividades são tendencialmente gratuitas graças “à generosidade das pessoas que ajudam”. É que, como explica o padre João Manuel Silva, a não ser as angariações de fundos que vão sendo feitas, “não temos nenhuma forma de rendimento”. “Cada obra da Companhia de Jesus tem de ser autossustentável”, reforça.
O CUMN, como muitos outros projetos jesuítas, funciona como porta de entrada no mundo católico. “É a porta de entrada ou de reentrada na fé muitas vezes este ambiente simples que aqui se vive”, não sendo raras as preparações para receber o sacramento do Baptismo. Um local “onde se pode celebrar e conviver com amigos, mas tudo nos quer levar a Cristo”, explica o diretor do Centro, sublinhando que a “parte mais festiva e de amizades está ligada a uma parte formativa, de formar consciências cristãs, que conheçam a doutrina, as escrituras e a história da Igreja”.
Este fim-de-semana mais de um ano de trabalho dá frutos com a celebração de meio século.