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Guerra no Líbano obriga a cancelar espetáculo de abertura do Festival de Marionetas do Porto

10 out, 2024 - 08:00 • Redação

Companhia libanesa obrigada a cancelar viagem a poucos dias do início do Festival Internacional de Marionetas do Porto. Kim Noble sucede na inauguração das apresentações.

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A companhia de teatro libanesa Collectif Kahraba, que estava apontada para inaugurar o Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) a 11 de outubro, foi obrigada a cancelar a sua apresentação devido à guerra que se desencadeou no Libano nos últimos dias.

Em comunicado, a organização do evento informa que “Géologie d’une Fable” já não vai ser apresentada em solo português porque a equipa está impedida de viajar até Portugal.

"Devido aos bombardeamentos e à invasão do Líbano pelas forças armadas de Israel, a companhia está impossibilitada de se deslocar de forma segura para a realização do espectáculo", afirma o diretor artístico Igor Gandra, acrescentando que "para alguns elementos da equipa, separarem-se das suas famílias neste contexto não é uma opção aceitável".

Devido à mudança de planos a poucos dias do início do evento, foi decidido pela organização que as apresentações vão ter inicio apenas no dia 12, um dia mais tarde do que o previsto.

A peça que vai agora inaugurar as apresentações é “Lullabye for Scavengers”, que marca a estreia absoluta do encenador Kim Noble em Portugal, e tem direito a reapresentação no dia seguinte.

"Lullaby for Scavengers" - FIMP2024. Foto: Studio Narki
"Lullaby for Scavengers" - FIMP2024. Foto: Studio Narki
"Jardineiro Imaginário" - FIMP2024. Foto: Paulo Pimenta
"Jardineiro Imaginário" - FIMP2024. Foto: Paulo Pimenta
"Capital Canibal" - FIMP2024. Foto: Teatro de Ferro
"Capital Canibal" - FIMP2024. Foto: Teatro de Ferro
"In My Hands" - FIMP2024. Foto: Dirk Rose
"In My Hands" - FIMP2024. Foto: Dirk Rose

Outra das estreias absolutas é o espetáculo "Capital Canibal", que se destaca no programa por ter a inteligência artificial como uma das integrantes da construção do processo criativo. "É um tema na ordem do dia", afirma Igor Gandra, diretor artístico do FIMP.

Esse recurso levanta ainda um "questionamento que tem a ver com autoria", numa altura em que a inteligência artificial começa a ser parte integrante do quotidiano tanto pessoal como profissional da sociedade.

Sobre a ideologia deste festival, Igor Gandra avança à Renascença que as marionetas "são um ponto de partida para pensarmos sobre o mundo" e propõem dar ao público "ideias, opiniões e visões muito plurais do mundo".

Dentro do "programa muito diversificado", que se divide entre Porto e Matosinhos, fazem parte do festival dezenas de artistas, de oito países diferentes, apresentados em dezoito espetáculos.

Filmes, exposições, performances, workshops e masterclasses são as atividades apresentadas ao público.

A bilheteira é da responsabilidade de cada sala de espetáculos, mas a ideia é que "o festival seja acessível" a toda a gente. Os preços dos bilhetes variam, por isso, entre 2,5 euros e os 10 euros.

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