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Maria Teresa Horta. Morreu a última das "Três Marias" aos 87 anos

04 fev, 2025 - 10:37 • João Malheiro

A editora Dom Quixote manifesta "profunda tristeza e sentida mágoa" pela perda da escritora.

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Morreu Maria Teresa Horta, esta manhã de terça-feira, aos 87 anos.

A notícia é dada pela editora Dom Quixote, que, em comunicado, manifesta "profunda tristeza e sentida mágoa" pela perda da escritora.

"Uma perda de dimensões incalculáveis para a literatura portuguesa, para a poesia, o jornalismo e o feminismo, a quem Maria Teresa Horta dedicou, orgulhosamente, grande parte da sua vida", escreve a editora.

Maria Teresa Horta era uma das "Três Marias", a par de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, autoras das "Novas Cartas Portuguesas", um texto importante no contexto da queda da ditadura em Portugal, na altura liderada já por Marcelo Caetano. A obra foi alvo de muita atenção internacional e assinalou vários problemas do regime do Estado Novo.

No final de 2024, a BBC considerou a escritora e poeta uma das 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo, que inclui artistas, ativistas, advogadas e cientistas.

Patrícia Reis, biógrafa de Maria Teresa Horta, já reagiu nas suas redes sociais, agradecendo à autora: "Falaremos para sempre. Obrigada por tudo".

O Presidente da República evocou Maria Teresa Horta e o "retrato sociologicamente cru e linguisticamente inventivo da condição feminina nos anos finais da ditadura" que fez com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa.

"A partir daí o nome de Maria Teresa Horta ficou associado como poucos à militância feminista, tanto no domínio político-social como no literário, bem como à polémica desassombrada e à franqueza erótica. Poeticamente, esteve ligada à contenção afirmativa da Poesia 61, que depois prolongou por outros caminhos; na ficção, uma das suas obras com mais impacto foi a biografia romanceada da Marquesa de Alorna, de quem era descendente", assinala a nota no site da Presidência.

Marcelo Rebelo de Sousa apresenta "sentidas condolências" à família e amigos da escritora, assim como "todas e todas que fizeram dela uma inspiração e um exemplo".

A ministra da Cultura manifestou "profundo pesar" pela morte de Maria Teresa Horta, que considera "uma das mais importantes vozes da Literatura Portuguesa contemporânea".

"Uma figura notável na luta pelos direitos das mulheres em Portugal", assinala Dalia Rodrigues, em comunicado.

A mesma nota refere que Maria Teresa Horta "desafiou o reigme ditatorial e tornou-se um marco do feminismo português".

"Maria Teresa Horta produziu uma obra vasta e fundamental, que inclui poesia, romance e jornalismo. A sua escrita, marcada por uma voz única e corajosa, que abordou temas como a liberdade, o corpo feminino, o erotismo e a condição da mulher na sociedade portuguesa, continuará a inspirar futuras gerações de escritores e leitores, mantendo viva a luta pela igualdade e pela liberdade de expressão", aponta, ainda, o comunicado da ministra da Cultura.

O secretário-geral do PS presta "homenagem sentida a uma vida dedicada ao jornalismo, à poesia e à ficção, à militância permanente e sem tréguas pelos direitos das mulheres".

Pedro Nuno Santos celebra, ainda, a "coragem inspiradora que quebrou os silêncios da ditadura e abriu caminho a quem construiu a Liberdade e Democracia".

Já Mariana Mortágua fala de Maria Teresa Horta como uma "poeta extraordinária, jornalista comprometida, antifascista convicta e feminista corajosa".

"Maria Teresa Horta é uma daquelas pessoas a quem devemos tudo. Obrigada", refere a coordenadora do Bloco de Esquerda.

[Atualizado às 13h30 com mais reações]

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