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Astrónomos detetam oxigénio na galáxia mais distante conhecida

20 mar, 2025 - 18:20 • Redação

Deteção do gás foi feita com recurso ao radiotelescópio ALMA. Foram encontrados dez vezes mais elementos pesados do que o esperado, o que levanta questões sobre a evolução das galáxias.

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Na JADES-GS-z14-0, a galáxia mais distante alguma vez observada, foi detetado por duas equipas de astrónomos a presença de oxigénio. A galáxia em questão foi descoberta em 2024 e a sua luz demorou 13,4 mil milhões de anos-luz a chegar ao planeta Terra.

Segundo um comunicado do Observatório europeu Do Sul (OES), a deteção do gás foi feita com recurso ao ALMA, um radiotelescópio localizado no deserto chileno do Atacama, em parte operado pelo OES.

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Sander Schouws, candidato a doutoramento no Observatório de Leiden nos Países Baixos, e autor de um dos estudos a ser publicado na revista “The Astrophysical Journal”, refere que “os resultados mostram que esta galáxia se formou muito rapidamente, estando também a evoluir muito depressa, o que a coloca num conjunto cada vez maior de provas de que a formação de galáxias no Universo primordial ocorreu muito mais depressa do que esperávamos.”

Considerando que a idade estimada do Universo é de 13,8 mil milhões de anos, o tempo que a luz da galáxia demorou a chegar ao planeta permitiu aos cientistas concluir que estavam a observar a galáxia com 2% da sua idade atual. Por ser observável uma galáxia na sua fase inicial, a descoberta de oxigénio é, para Sander Schouws, “como encontrar um adolescente onde só esperávamos encontrar bebés”.

De acordo com o OES, as galáxias iniciam a sua vida repletas de estrelas jovens, que são essencialmente constituídas por hidrogénio, hélio e outros elementos leves. O oxigénio e outros elementos mais pesados só começam a fazer parte conforme a evolução da galáxia, sendo formados no seu interior e dispersos por toda a galáxia à medida que as estrelas morrem.

As descobertas feitas pelo ALMA encontraram na JADES-GS-z14-0 cerca de dez vezes mais elementos pesados do que o esperado numa fase da galáxia em que o Universo ainda era jovem, com menos de 300 milhões de anos.

“Estes resultados bastante inesperados surpreenderam-me, porque nos abrem uma nova perspetiva sobre as primeiras fases da evolução galáctica”, refere Stefano Carniani, coautor de um dos estudos a ser publicado na revista “Astronomy & Astrophysics”.

“A prova de que uma galáxia está já bastante madura num Universo ainda muito primordial levanta questões sobre quando e como é que as galáxias se formaram”, adiciona.

A descoberta pode indicar uma formação das galáxias após o Big Bang muito mais rápida do que o esperado.

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