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Música

Morreu Nuno Guerreiro, vocalista da banda Ala dos Namorados

17 abr, 2025 - 17:30 • Diogo Camilo , Maria João Costa

Cantor tinha 52 anos. Nuno Guerreiro deu os seus últimos concertos no Cineteatro Louletano, nos dias 30 e 31 de março, num concerto com a Banda da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé

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O cantor Nuno Guerreiro, vocalista da banda Ala Namorados, faleceu esta quinta-feira, aos 52 anos, confirmou a Renascença junto de fonte da Câmara Municipal de Loulé.

A notícia é avançada pela autarquia de Loulé, de onde era natural, nas redes sociais. O cantor foi internado esta quarta-feira de urgência num hospital de Lisboa, desconhecendo-se, para já, as causas da morte.

O cantor deu os seus últimos concertos no Cineteatro Louletano, nos dias 30 e 31 de março, num concerto com a Banda da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé, que também confirmou a morte nas redes sociais. "Não queremos acreditar. Depois de momentos tão bons que passaste com a nossa filarmónica. Nunca te esqueceremos", declaram.

Nascido em Loulé em 1972, Nuno Guerreiro estudou canto lírico no Conservatório Nacional, onde também estudou como bailarino profissional. Colaborou com o grupo Diva, de Natália Casanova, e com o ex- Madredeus Rodrigo Leão, antes de se juntar em 1992 a João Gil e Manuel Paulo na banda Ala dos Namorados.

No ano de 1994 é lançado o álbum "Ala dos Namorados", do qual faz parte a música "Loucos de Lisboa".

Em 1998, é apresentado o álbum "Solta-se o Beijo", que dá nome a um dos maiores êxitos da banda. Os Ala dos Namorados editaram oito álbuns de estúdio e dois álbuns ao vivo, ao longo de 23 anos. Nuno Guerreiro lançou ainda três álbuns a solo - em 1999, 2002 e 2011.

Em 2023 a banda regressou aos palcos com o músico João Gil e o cantor Nuno Guerreiro "ao leme" do projeto, tendo sido na mesma ocasião anunciado um regresso aos discos. Com os músicos Olavo Bilac e Tozé Santos criou o projeto "Zeca Sempre", do qual foi editado um álbum, "O que faz falta - Zeca Afonso", que tem como subtítulo: "As mensagens intemporais de José Afonso, numa nova sonoridade", editado em 2011. "Vira de Coimbra", "No Lado do Breu", "Redondo Vocábulo", "Menino do Bairro Negro" e "Saudades de Coimbra" são alguns dos temas que integram o álbum.

Depois de ter vivido em Lisboa e em Setúbal, o músico regressou a Loulé, onde atualmente trabalhava em direção de cena e produção no Cine-Teatro Louletano. O projeto mais recente onde estava envolvido intitulava-se Nuno Guerreiro & Mau Feitio, composto por músicos do Algarve, tendo já somado alguns concertos, nomeadamente no festival Caixa Alfama, em Lisboa, em setembro de 2024.

"Um murro no estômago"

É “uma das vozes mais incríveis dos últimos anos da música portuguesa”. É desta forma que o músico Manuel Paulo, um dos fundadores da Ala dos Namorados recorda Nuno Guerreiro, o vocalista que morreu hoje aos 52 anos.

Numa reação à Renascença, Manuel Paulo mostra-se incrédulo com a notícia, diz mesmo que “é uma daquelas notícias de que não se está à espera. É contranatura!” afirma.

Manuel Paulo já tinha deixado a banda, mas recorda que ainda há pouco tempo tinha falado com Nuno Guerreiro. “Sei que ele estava bem, não padecia de nenhuma doença. É uma perda”, exclama, dizendo que o desaparecimento de Nuno Guerreiro é para si “um enorme murro no estômago”.

Questionado sobre o trabalho na banda, juntamente com João Gil, Manuel Paulo lembra que era “fácil”. “Estivemos juntos durante 20 e tal anos. Era perfeito. Gravamos os nossos discos e as nossas canções e fazia-mos os nossos espetáculos e corria muito bem. Já não precisávamos de pensar muito”, remata.

"Um artista extraordinário, com uma voz singular"

É assim que o cantor Miguel Gameiro, fundador dos Pólo Norte, recorda o amigo Nuno Guerreiro, com quem partilhou o palco em vários concertos.

Em declarações à Renascença, lembra a energia que tinha a atuar.

"A melhor homenagem que se pode fazer é recordar os bons momentos, aquilo que fez pela música e pela arte. O Nuno era um artista extraordinário, dotado de uma voz única e singular, uma das mais singulares do nosso país. E depois tinha uma energia contagiante a atuar", afirma.

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  • maria
    17 abr, 2025 palmela 20:28
    mas a final o que isto? as pessoas ficaram tao sensiveis que nao conseguem curar uma infecçao respiratoria numa idade destas?

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