Maestro português Miguel Sepúlveda vence prémio europeu

Assisti ao concerto dirigido por este jovem maestro no auditório principal da Fundação Calouste Gulbenkian, na sequência da sua distinção com o Prémio Jovens Músicos. Dado que os lugares não estavam marcados, optei por me sentar na primeira fila, do lado esquerdo da plateia, com o intuito de observar atentamente a sua gestualidade e abordagem interpretativa. Desde os primeiros compassos, ficou evidente que exercia um controlo claro e eficaz sobre a orquestra — algo que, como sabemos, exige não apenas técnica, mas também autoridade natural e uma escuta ativa. A sua condução revelou uma notável maturidade musical, com gestos precisos, economia de movimento e uma comunicação não-verbal que estabelecia um diálogo contínuo com os naipes. À saída, tive oportunidade de conversar com alguns elementos da Orquestra Gulbenkian, que corroboraram essa perceção: trata-se de um maestro com sensibilidade, firmeza e uma liderança empática — qualidades raras, especialmente num intérprete em início de carreira. Desejo-lhe uma trajetória artística longa e plenamente realizada.