24 set, 2025 - 16:05 • Daniela Espírito Santo com agências
Jimmy Kimmel está de regresso e as "más audiências" não parecem ser, agora, um problema. O primeiro monólogo do apresentador no seu regresso à televisão norte-americana ABC foi publicado online há menos de 12 horas e já acumula mais de 15 milhões de visualizações.
Kimmel regressou, esta madrugada, a parte das televisões nos EUA (dezenas de canais afiliados da ABC não transmitiram o programa) depois de, na semana passada, ter sido suspenso pela ABC. A decisão da empresa, detida pela Disney, foi alvo de duras críticas vindas de todos os quadrantes e levaram a companhia a reconsiderar.
Após conversações com o apresentador deste "talk show", a Disney decidiu "retomar o programa" e a aposta parece ter sido vencedora, pelo menos se os resultados online forem indicativo: o primeiro monólogo de abertura de Kimmel, esta madrugada, já foi visto mais de 11 milhões de vezes no Youtube do "Jimmy Kimmel Live". O vídeo conta, igualmente, com mais de 66 mil comentários.
Já no Instagram, e segundo avança a agência Reuters, o vídeo já acumula 4,6 milhões de visualizações. Perto das 16h, verificamos que a publicação feita pelo programa naquela rede social já tinha mais de 429 mil "gostos" e mais de 8 mil comentários.
No seu regresso após a suspensão, o apresentador norte-americano não se poupou a críticas à empresa para quem trabalha, mas também à Casa Branca e à FCC, a entidade reguladora que fiscaliza os emissores televisivos, bem como às afiliadas da ABC que não transmitiram o programa (Sinclair e Nexstar, dois grupos de emissoras que representam cerca de um quarto das afiliadas da ABC, decidiram manter o boicote e não exibiram o programa de Kimmel).
A Donald Trump, o apresentador criticou o facto de "não aguentar uma piada", não sem antes agradecer às vozes que, dentro do partido Republicano, o defenderam. "É preciso coragem para se manifestarem contra este Governo", assegura, garantindo que o que lhe aconteceu "não é legal e não é norte-americano". "O nosso líder celebra por norte-americanos perderem os seus meios de subsistência porque não suporta piadas", criticou. "Ele fez tudo para cancelar o meu programa mas, em vez disso, forçou milhões de pessoas a assistir", elabora.
Kimmel também admitiu ter ficado furioso com a empresa onde trabalha quando foi suspenso, mas acabou por agradecer aos seus chefes por terem decidido colocá-lo novamente no ar e, assim, protegerem as centenas de postos de trabalho de quem o ajuda a fazer o programa todas as noites. "Eu não sou importante. Eles são. É injusto que isto os coloque em risco", lamentou.
O presidente da FCC, Brendan Carr, cujas críticas levaram a ABC a tomar a decisão inicial de o suspender, também não escapou ao crivo do humorista, que pediu a ajuda do ator Robert DeNiro - em modo personagem de filme de mafiosos - para satirizar o seu comportamento.
Antes, e num momento em que não conseguiu esconder a emoção, voltou a repetir que não quis fazer piadas com o homicídio de Charlie Kirk. "Não tenho ilusões de mudar a opinião de ninguém, mas é importante para mim, enquanto ser humano, deixar algo bem claro: preciso que entendam que nunca foi minha intenção menosprezar o assassínio de um jovem", reiterou, visivelmente emocionado.
"Não há nada de engraçado nisso", acrescentou, apontando a coragem da viúva de Kirk que, num discurso durante o funeral do marido, disse que perdoava o homem que o tinha assassinado.