08 out, 2025 - 18:43 • Lusa
A poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares, autora de uma vasta obra literária em prosa e poesia e de textos científicos, venceu o Prémio Camões 2025, anunciou esta quarta-feira a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).
Ao atribuir o Prémio Camões 2025 a Ana Paula Tavares, é distinguida “a sua fecunda e coerente trajetória de criação estética e, em especial, o seu resgate de dignidade da Poesia”, refere o júri, num comunicado hoje divulgado pela DGLAB.
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“O Júri sublinhou que, com a dicção do seu lirismo sem concessões evasivas e com os livres compromissos da produção em crónica e em ficção narrativa, a obra de Ana Paula Tavares ganha também relevante dimensão antropológica em perspetiva histórica”, lê-se no comunicado.
O nome do vencedor foi decidido esta quarta-feira, numa reunião que juntou todos os elementos do júri: a poeta e investigadora Ana Mafalda Leite (Portugal), o escritor e professor José Carlos Seabra Pereira (Portugal), o ensaísta, professor e crítico literário Francisco Noa (Moçambique), o historiador e professor Arno Wehling (Brasil), a professora Maria Lucia Santaella Braga (Brasil) e o poeta e critico literário Lopito Feijóo (Angola).
Nascida em 1952 em Angola, na cidade de Lubango, Ana Paula Tavares é doutorada em Antropologia da História, pela Universidade Nova de Lisboa.
A poeta e historiadora vive atualmente em Lisboa e é docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, colaborando também com várias instituições como investigadora convidada, como o CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o AHNA (Arquivo Histórico Nacional de Angola).
Grande parte do trabalho de Ana Paula Tavares, autora de vasta obra literária em prosa e poesia e de textos científicos, está publicado em antologias editadas em vários países.
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa, instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil, foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga.
Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, em 22 de junho de 1988, e publicado em novembro do mesmo ano, o prémio consagra anualmente “um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.
Financiado em partes iguais pelos Governos de Portugal e do Brasil, o Prémio Camões tem o valor de cem mil euros.
Ana Paula Tavares é a 37.ª personalidade do mundo da literatura em Língua Portuguesa a receber o Prémio Camões.
Junta-se a oito outras mulheres que receberam este galardão: As autoras brasileiras Rachel Queiroz (1993), Lygia Fagundes Telles (2005) e Adélia Prado, as portuguesas Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004) e Hélia Correia (2015) e a moçambicana Paulina Chiziane (2021).
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa, instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil, foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga.
Em 2024, distinguiu a brasileira Adélia Prado.