A 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarava o Covid-19 como pandemia. Cinco anos depois, há vidas que regressaram ao normal, mas outras que estão radicalmente diferentes. Para quem perdeu entes queridos, o luto "é uma ferida sempre aberta". Nas escolas, a "pandemia agravou" a perda de qualidade do ensino. Já no trabalho, milhares de pessoas passaram a fazer da casa escritório.
Foi há cinco anos que a FPF suspendeu todo o futebol devido ao novo coronavírus. A Renascença falou com um treinador e um psicólogo de formação para perceber o impacto, sobre os jovens jogadores, de passar um ano longe dos relvados.
Da I Liga aos distritais, o futebol foi obrigado a parar durante a pandemia. A Renascença recolheu relatos de um jogador, um treinador e do presidente do Sindicato dos Jogadores sobre o tempo que "parece que foi noutra vida".
Mais de 50 mil adeptos deslocaram-se a Anfield, para assistir ao Liverpool-Atlético de Madrid, dos oitavos de final da Liga dos Campeões, sem saber que seria o último antes de o futebol parar. Só mais de um ano depois é que as bancadas voltaram a abrir-se.
Depois de ser internado, Gilberto nunca mais foi visto. Desapareceu num caixão fechado e o filho nunca pode despedir-se. "O mais violento era limitar a compaixão a um olhar", conta o padre Amaro Gonçalo Lopes. No final, a sociedade parece ter saído da pandemia pior. "Só daqui por 20 anos é que as pessoas vão falar mais facilmente disto", acredita o psicólogo Rui Devesa Ramos.
Os confinamentos obrigatórios forçaram milhares de pessoas a trabalhar em casa. Mas a tendência não ficou por aí. No final de 2024, havia mais portugueses em teletrabalho do que no segundo confinamento. Cada vez mais pessoas mudaram de carreira e abraçaram o remoto no pós-pandemia.
Segundo a especialista, haverá "mais fricções sociais e opiniões divergentes entre movimentos da sociedade", em relação aos confinamentos, às vacinas, aos medicamentos.