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Bispo de Tete apela à solidariedade para com a população de Cabo Delgado

10 mai, 2024 - 11:53 • Olímpia Mairos

Em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), D. Diamantino Antunes alerta para a “intensificação” da violência terrorista sobre as populações e lança um apelo para a ajuda imediata à Igreja local.

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Precisamos de socorro! Este é um grito à solidariedade para com a Diocese de Pemba que está, desde há anos, na primeira linha na ajuda às vítimas da violência que assola a região desde 2017 e que, infelizmente, se intensificou nestes últimos tempos."

O apelo parte do bispo de Tete, em Moçambique. Em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), D. Diamantino Antunes alerta para a “intensificação” da violência terrorista sobre as populações de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

O prelado fala em “dezenas de aldeias atacadas”, com a “destruição de infraestruturas públicas e sociais, nomeadamente capelas”, e lança um apelo para a ajuda imediata à Igreja local através da campanha lançada em Portugal pela Fundação AIS.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a mais recente onda de violência no norte de Moçambique onde atuam grupos terroristas que reivindicam pertencer ao Daesh, a organização jihadista Estado Islâmico, terá causado cerca de 50 mil novos deslocados, aproximadamente 10 mil famílias, só entre os dias 17 de abril a 1 de maio nos distritos de Ancuabe, Chiúre e Erati.

“Desde o final do ano passado dezenas de aldeias foram atacadas, houve pessoas raptadas e mortas, destruição das infraestruturas públicas e sociais e também infraestruturas da Igreja, nomeadamente capelas. Aumentou o número de pessoas deslocadas, que deixaram as suas casas sem nada e precisam neste momento de tudo”, descreve D. Diamantino Antunes na mensagem enviada para a AIS, em Lisboa.

Os terroristas reclamam ter queimado cerca de 200 casas, escolas e pelo menos uma igreja. Mas desde dezembro que tem sido assim - indica a AIS - com dezenas de aldeias atacadas, centenas de pessoas mortas e milhares em fuga. A situação foi particularmente grave em fevereiro, com uma série de ataques no distrito de Chiúre “em que todas as capelas cristãs foram destruídas”, como denunciou então o bispo de Pemba, D. António Juliasse.

Também o sacerdote, missionário saletino, Edegard Silva numa mensagem enviada para a Fundação AIS descreve a situação extremamente grave que se vive na província de Cabo Delgado em resultado dos ataques de grupos terroristas.

A população vive um clima de terror e instabilidade. Com os constantes ataques aumentou a população deslocada. Se aumenta a população deslocada aumenta também a fome, a pobreza, a insegurança e tantas outras situações. Neste contexto, a comunidade católica desempenha um papel fundamental na sustentação espiritual e material dos seus fiéis. É fundamental o nosso apoio”, assinala o sacerdote.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou, em abril, um pedido de ajuda de emergência para os cristãos de Cabo Delgado, em Moçambique.

No boletim que fez chegar a casa de milhares de portugueses, a fundação pontifícia apelou à solidariedade para com a Diocese de Pemba, para com as populações de Cabo Delgado vítimas desde o final do ano passado de uma nova e brutal onda de violência terrorista.

Moçambique é um país prioritário para a Fundação AIS. Além do apoio psicossocial às populações vítimas do terrorismo tem lançado diversos projetos de assistência pastoral, de fornecimento de materiais para a construção de dezenas de casas, de centros comunitários e ainda para a aquisição de veículos para que os missionários possam estar junto dos centros de reassentamento que abrigam milhares de famílias fugidas da violência.

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