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Associação de Sargentos recebida pelo Governo, mas sem garantias de respostas

22 mai, 2024 - 01:05 • Marisa Gonçalves

No primeiro encontro com o novo Executivo foram discutidos vários assuntos que incluíram reivindicações ao nível salarial e outras relacionadas com o funcionamento do Hospital das Forças Armadas.

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A Associação Nacional de Sargentos (ANS) esteve reunida pela primeira vez, esta terça-feira, com o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Branco, a quem entregou um caderno com um conjunto de reivindicações.

Para além de uma proposta de atualização salarial, foram discutidos outros temas, entre eles, a necessidade de reforçar os serviços do Hospital das Forças Armadas. António Lima Coelho, presidente da ANS, lamenta à Renascença a falta de equipamentos.

“Por exemplo, não temos sequer um equipamento de ressonância magnética. Não se compreende que um hospital que tenha de dar resposta a todas as exigências da operacionalidade militar tenha determinadas carências de equipamento. Tivemos casos concretos em que o hospital não dá resposta. Inclusivamente temos conhecimento de camaradas nossos que aguardam meses ou, às vezes, mais de um ano por determinado tipo de exames ou determinado tipo de consultas de especialidade. Isto não é compatível com a exigência da condição militar”, declara.

Na reunião desta terça-feira, António Lima Coelho diz que foram apresentados outros pontos considerados importantes como o que diz ser “a desvalorização dos sargentos” que são colocados a desempenhar funções até aqui atribuídas a praças. O presidente da ANS queixou-se também do congelamento “desde há vários anos” do suplemento de serviço aéreo.

Segundo António Lima Coelho, o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional tomou nota das reivindicações e disse que iriam ser agilizadas também junto do Ministério das Finanças. Não houve promessas, apenas a garantia de prosseguirem as reuniões.

No próximo sábado vão juntar-se as três associações socioprofissionais do setor, a Associação Nacional de sargentos, a Associação de Oficiais das Forças Armadas e a Associação de Praças, com o objetivo de ouvir os militares sobre as principais necessidades. António Lima Coelho diz que a via preferencial é o diálogo com o Governo, mas adianta também que os protestos não estão fora de hipótese.

É sempre muito mau quando os militares se sentem obrigados a protestar. Seria importante que a tutela política e as chefias militares tivessem a sensibilidade de perceber que devem procurar soluções. Obviamente, se não houver uma resposta, então todos os caminhos podem e devem ser equacionados. Volto a dizer que não é desejável que os militares tenham de se manifestar para fazer chegar a quem de direito a necessidade de resolução dos seus problemas”, reitera.

Em fevereiro deste ano, as associações representativas de oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas admitiam a possibilidade de protestos de militares nas ruas, caso o Executivo que saísse das eleições legislativas antecipadas respondesse às reivindicações das forças de segurança, mas não desse "uma atenção especial" às Forças Armadas.

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