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Teste Página 3 Nova Um em cada três alunos chumbou uma vez na escola

02 abr, 2014

Atlas da Educação faz o retrato dos dados da escolarização, do sucesso e insucesso escolar por cada concelho do país. Ex-ministro da Educação responsável pelo estudo fala em resultado “desastroso”.

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Portugal não pode manter estas taxas de retenção e de insucesso, até porque sai muito caro ao país.

Feitas as contas, o custo médio dos alunos do básico e secundário é, de pelo menos, quatro mil euros ano. David Justino recomenda uma abordagem eficaz, aplicada logo nos primeiros anos de escola.

O Atlas da Educação faz uma análise concelho a concelho e pegou nos resultados escolares do 9º ano e do 12º para estimar até que ponto esses resultados podem estar relacionados com o estatuto sócio-económico. E há surpresas.

“Vamos encontrar no interior do país escolas e concelhos com níveis de sucesso que não seriam expectáveis e vamos encontrar nas zonas urbanas escolas que não atingem os valores estimados”, revela à Renascença o antigo ministro.

São dados que permitem agora ter um conhecimento sobre os principais indicadores da educação, para poder intervir no sentido de dar a volta ao insucesso e ao abandono escolar.

Alunos são bons em problemas práticos mas fracos no pensamento abstracto

De acordo com um outro estudo, o relatório PISA, divulgado esta terça-feira, os alunos portugueses são melhores a planear e a executar do que a pensar em abstracto. O documento inclui resultados dos testes feitos em computador a 85 mil estudantes de 44 países.

Esta é a primeira vez que o maior estudo internacional sobre as competências de literacia dos alunos analisa a sua capacidade de resolução de problemas, simulando situações da vida real.

Mexer num MP3 que os alunos acabaram de receber ou num ar condicionado que não tem instruções, comprar o bilhete do transporte numa máquina que nunca viram, foram alguns dos testes propostos aos alunos de 15 anos, para se saber se estão a adquirir as competências necessárias para resolver problemas do dia-a-dia.

O relatório intitulado “Resolução Criativa de Problemas: As competências dos alunos para lidarem com os problemas da vida real”, sublinha que os jovens portugueses têm facilidade em utilizar o seu conhecimento para planear e executar soluções.

Por outro lado, falham bastante na resolução de problemas que exigem processamento de informação abstracta. Também têm fraco desempenho quando se trata de questionar o seu conhecimento e experimentar alternativas.

Estas conclusões que levam os peritos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a recomendarem o desenvolvimento de competências de raciocínio, que permitam uma resolução mais eficaz dos problemas colocados.

Apesar destes reparos, Portugal obteve uma classificação que segue a média dos países da OCDE, aparecendo à frente da Suécia e logo atrás da Dinamarca. A liderar a tabela PISA estão os países asiáticos: Singapura, Coreia e Japão.

Para inverter estes resultados, Ana Benavente, coordenadora do Observatório das Políticas de Educação e Formação, defende que as aprendizagens não devem estar tão centradas nos exames nem na memorização.

Em declarações à Renascença Ana Benavente considera que a melhoria de resultados passa pela criatividade e pela colocação de mais professores nas escolas.