Empresas podem ajudar na reinserção dos reclusos, diz pastoral penitenciária
05 fev, 2013 • Domingos Pinto
Falta reconhecer e trabalhar o aspecto espiritual do recluso, porque “quem tem esclarecido este aspecto da sua vida tem algo a que se agarrar”, diz o padre João Gonçalves.
As empresas deviam ajudar os reclusos a sair das cadeias já com um contrato de trabalho, considera o padre João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária.
O sacerdote considera que o Plano Nacional para a Reabilitação e Reinserção dos reclusos que o governo se prepara para aprovar em Conselho de Ministros é uma boa aposta para a reinserção social dos reclusos.
“Primeiro é preciso que as prisões se abram à aceitação de cursos profissionais que se possam fazer quando a pessoa está ainda em reclusão. Sei muito bem que o sistema está aberto a essa sugestão, que as empresas, apresentando projectos, depois de estudados e aprovados, possam fazer esses cursos dentro da prisão para que as pessoas façam a sua aprendizagem, como numa escola. Depois quando saem, alguns deles poderão sair já com contrato de trabalho.”
Visivelmente entusiasmado com esta possibilidade, o padre João Gonçalves considera todavia que há uma falha no sistema de reinserção e recuperação dos reclusos.
“Falta outra área, a da espiritualidade. Ela tem de ser introduzida, porque a pessoa humana tem a sua espiritualidade, independentemente de se falar de religião. Essa área interior faz com que a pessoa se recupere, ela é importante e é urgente, porque se sabe muito bem que uma pessoa sofredora, se tem esclarecido este aspecto da sua vida, tem algo a que se agarrar.”
Fica o desafio do coordenador Nacional da Pastoral Penitenciária organismo que debateu em Fátima as respostas possíveis da Igreja para sector.