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Mães infetadas com coronavírus poderão ser separadas dos filhos após o parto

30 mar, 2020 - 13:42 • Eduardo Soares da Silva

O Diretor do Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, Carlos Veríssimo, explica os procedimentos para as grávidas durante o período da epidemia.

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Carlos Veríssimo, da Ordem dos Médicos, admite que poderão ser necessárias "medidas polémicas" após os partos de mães infetadas com coronavírus, nomeadamente a separação do filho.

"Devem ser testados todos os recém-nascidos e temos de tomar atitudes polémicas, como separar mãe e filho e a não recomendação de leite materno. O parto deve ser feito em salas isoladas com todos os profissionais devidamente equipados com equipamentos de proteção individual e com circuitos isolados. A epidural é altamente recomendada para se evitarem as anestesias. O pós-parto deve ser feito em salas de isolamento próprias", disse o também diretor do Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, em conferência de imprensa.

Acompanhamento diário assegurado

O também membro da direção do Colégio da Especialidade de Ginecologia-Obstetrícia e do Colégio de Competência em Ecografia Obstétricia Diferenciada da Ordem dos Médicos, que marcou presença na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde, explica que as duas ecografias principais vão manter-se e não faltará acompanhamento diário, mesmo que seja por via telefónica.

"Vamos manter as duas ecografias principais, a do primeiro e segundo trimestre. Há um aconselhamento diário por teleconsulta para se evitar deslocações desnecessárias aos centros de saúde. Vamos gerir as equipas para não trabalharem todos em simultâneo, semana sim, semana não. A equipa que estará em casa faz o trabalho de teleconsulta", diz.

Previsão de 230 partos diários

Carlos Veríssimo faz uma estimativa para os próximos meses de partos diários e de quantos desses possivelmente estarão infetadas as mães: "Se tivermos uma realidade de 60 mil grávidas no país, nos três trimestres, andamos à volta de 230 partos por dia. Teríamos seis grávidas infetadas, sintomáticas."

Contenção social é a palavra de ordem, mas Carlos Veríssimo envia uma mensagem de tranquilidade às grávidas do país: "Não queremos que haja falha de segurança, mas também uma nota de tranquilidade contida para as grávidas deste país. Estamos a fazer de tudo para seguir a gravidez com a maior naturalidade possível. Sabemos que há uma evidencia maior de contraírem a doença".

O Diretor do Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo reforça a baixa probabilidade de uma mãe transmitir a Covid-19 ao filho.

"Queria sublinhar que existe evidência clínica na China da transmissão da mãe ao feto, mas sabemos que é uma raridade. As grávidas devem seguir a norma e os conselhos de higiene da DGS. A palavra de ordem é contenção social. As grávidas sintomáticas devem ser vigiadas no domícílio", remata.

O mapa do coronavírus em Portugal

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