19 abr, 2020 • José Bastos
“Estamos a ganhar a segunda fase, mas não queremos morrer na praia”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, ao atribuir ao sacrifício dos cidadãos o que é visto por muitos “como o milagre português”.
Assim terá de se manter, pelo menos até 2 de maio, data prevista para terminar estar terceira fase do estado de emergência que se pretende nesse dia não se registar uma quarta renovação do estado de exceção.
O Presidente da República dirigiu-se ao país, há três dias, sobre o que espera ser a derradeira fase das medidas de emergência aplicadas no âmbito do combate ao Covid-19. Urge preparar a volta à normalidade possível, mas com um aviso claro de Marcelo Rebelo de Sousa: “é preciso resistir precipitações tentadoras que podem deitar a perder o mês de maio”.
Também na sua intervenção no Parlamento, António Costa projetou a preparação de medidas na próxima quinzena para permitir “conviver com a ameaça do vírus durante um ano e meio até surgir uma vacina. A chave fundamental é “tornar abundantes no mercado os meios de proteção individual”, disse o primeiro-ministro, mas sem concretizar uma data em maio da reabertura das creches, aulas do 11º e 12º e atendimento presencial nos serviços públicos.
Como calibrar o guião do regresso ao novo normal? Que uso os atores políticos e outros agentes públicos devem ter de expressões como “milagre” ou “austeridade”?
“Confinamento”, “evicção social”, “cerca sanitária”, devemos alterar estes termos usados na pandemia, porque é preciso manter a distância, mas reforçar os laços?
A análise é Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law, Universidade de Arlington, Virginia, Estados Unidos, Nuno Botelho, empresário e presidente da AC Porto e Ana Sofia Carvalho, especialista em bioética e docente da Universidade Católica.