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Covid-19

Creches italianas reabrem em junho antes de uma "revolução educativa" no país

02 mai, 2020 - 17:50 • Lusa

A Itália conta com o corpo docente mais velho dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com quase 60% dos professores com mais de 50 anos.

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As escolas continuarão fechadas até setembro, em Itália, mas as creches e os jardins de infância podem reabrir em junho, antes do lançamento de uma reforma dos métodos de ensino, indica este sábado a imprensa italiana.

A reabertura será feita para pequenos grupos de três a seis crianças dos 0 aos 6 anos, cuja temperatura será controlada à entrada, escreve o diário “Corriere della Sera”, citando um projeto do Ministério da Educação.

As crianças não precisam de máscara, mas o pessoal educativo é obrigado a utilizá-la.

Muitos em Itália assinalam que o encerramento até setembro das escolas penaliza em particular as mulheres que trabalham, mas o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, insistiu várias vezes no potencial de contágio das crianças e no risco de um recrudescimento da pandemia e na infeção dos professores.

A Itália conta com o corpo docente mais velho dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com quase 60% dos professores com mais de 50 anos.

Mais de 8,5 milhões de jovens italianos não têm aulas desde o início do confinamento no país, em 10 de março. Devido à falta de computadores em casa, muitos não puderam acompanhar os programas escolares à distância.

No jornal “La Repubblica”, o chefe da comissão encarregada de preparar o reinício das aulas em setembro, Patrizio Bianchi, alertou para a necessidade de o ensino ser alvo.

Segundo o responsável, três mil milhões de euros devem ser investidos anualmente durante cinco anos para restruturar um sistema educativo sem fôlego e desenvolver o ensino à distância.

Bianchi quer criar “uma grande plataforma digital inteiramente dedicada à educação escolar”, que “será a base de um novo estilo de ensino”.

Pretende também desenvolver a escola ao ar livre: “Trentino [norte] deverá tirar proveito dos seus bosques, Milão, dos seus museus, Roma, dos seus parques”, disse.

A disposição dos alunos na sala também deverá ser repensada, com menos crianças dispostas em semicírculo e não em filas. E os professores devem ser revalorizados, adiantou Bianchi.

Perto de 29 mil mortos

Itália registou mais 474 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, o número mais alto desde 12 de abril e depois de dois dias com menos de 300 óbitos, elevando o número para as 28.710 vítimas.

Segundo a Proteção Civil italiana, o número de contágios desde que foi detetado o primeiro caso, em 21 de fevereiro, é agora de 29.328, havendo 1.900 novos casos desde sexta-feira, um registo em linha com o dos últimos dias.

O número de casos positivos é agora de 100.704, uma redução de 239 nas últimas 24 horas, sendo que há 79.914 pessoas curadas, registando-se também uma diminuição do número de internados e em cuidados intensivos.

A pandemia do novo coronavírus causou mais de 240.000 mortos no mundo, dos quais mais de 85% na Europa e nos Estados Unidos, desde que apareceu na China em dezembro, segundo um balanço da agência France Presse.

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