08 mai, 2020 - 19:12 • Lusa
As igrejas da Madeira reabrem no sábado, com capacidade reduzida a um terço e obrigação de cumprimento de medidas de prevenção, continuando proibida a realização de procissões, anunciou esta sexta-feira o bispo do Funchal.
“É com grande alegria que, depois de ter dialogado com o Governo Regional, vos posso hoje anunciar que, a partir do próximo dia 9 de maio, as igrejas das nossas ilhas da Madeira e Porto Santo poderão, de novo, abrir as suas portas para acolher as celebrações comunitárias da eucaristia e para a oração pessoal dos fiéis”, declara Nuno Brás, numa nota divulgada esta sexta-feira na Madeira.
Em videoconferência de imprensa no Funchal, o presidente do Governo Regional informou que os fiéis podem voltar aos locais de culto a partir de sábado, com condicionalismos.
Miguel Albuquerque salientou que, entre as regras e orientações das autoridades de saúde, é admitido apenas a ocupação de um terço da capacidade do lugar de culto, devendo ser respeitado o distanciamento entre os fiéis aquando das celebrações.
Terão ainda de ser cumpridas a desinfeção obrigatória das mãos dos fiéis com uma solução à base de álcool e gel antes de entrarem na igreja, o uso obrigatório de máscara e, após os atos religiosos, todas as zonas de contacto deverão ser devidamente desinfetadas.
Após as celebrações, todos os fiéis devem regressar a casa sem qualquer convívio no adro ou no espaço comum das igrejas, estando proibidas procissões.
As medidas articuladas com a Diocese do Funchal são de aplicação também em outros espaços de culto que reabrirão igualmente no sábado.
“Ainda não será o regresso à situação que vivíamos antes de 14 de março passado, mas é o possível para os tempos mais próximos, tendo em conta os constrangimentos que a covid-19 nos impõe”, salienta o bispo do Funchal, realçando que “todos devem adotar” as medidas de prevenção, que “poderão ser alteradas sempre que a situação a isso aconselhar”.
Nuno Brás recorda que, “na situação atual, mantém-se a impossibilidade de realizar procissões e outros atos festivos com grande participação de fiéis”, apontando que “os sacerdotes poderão passar pelas ruas com as imagens e as bandeiras em cortejo automóvel, permanecendo os demais fiéis nas janelas e varandas de suas casas”.
Contudo, apelou aos que integram grupos de risco para se manterem em casa, “acompanhando as celebrações através da televisão ou da internet".
Os sacerdotes também vão continuar a realizar “apenas uma celebração nos cemitérios, dada a dificuldade de garantir sempre as condições para a celebração da missa de corpo presente”, refere.
“Peço a compreensão de todos para as normas”, reforça Nuno Brás, argumentando que “a infração poderá constituir um motivo para regressar à proibição de todas as celebrações públicas”.
Entre as normas estão a desinfeção das mãos na entrada das igrejas e o uso de máscara, apenas será permitida a participação de um terço da capacidade do local do culto, os lugares a utilizar devem estar marcados, a comunhão deve ser dada na mão, devendo os fiéis para o efeito utilizar o corredor central e sair pelas laterais, a celebração não deve exceder os 40 minutos e as pias de água benta devem estar vazias.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
Na Madeira, de acordo com os dados divulgados quinta-feira pelo Instituto da Administração da Saúde (IASAUDE), foram registados 90 casos positivos, dos quais 51 recuperados.