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Bernardino Soares

"Ou criamos condições para as pessoas ficarem em casa ou a subsistência sobrepõe-se ao confinamento”

23 jun, 2020 - 08:35 • Redação

Presidente da Câmara de Loures explica as medidas que estão a ser tomadas para travar a Covid-19 num dos concelhos mais afetados pela subida de casos de infeção de Covid-19.

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O presidente da Câmara de Loures considera que seria ineficaz criar um cordão sanitário no concelho para travar a Covid-19. Bernardino Soares defende que o importante é criar condições para as pessoas cumprirem o isolamento em casa, sob pena de a subsistência se sobrepor ao confinamento.

O concelho de Loures é um dos mais afetados pela subida de casos de infeção de Covid-19. Em entrevista à SIC Notícias, o autarca fala numa população com baixos rendimentos e que precisa do emprego, mas garante que estão a ser criadas as condições para que a população fique em casa sem colocar em causa a subsistência.

“O traço não é o os bairros serem municipais ou não porque nós também temos bairros onde não há nenhum problema. O traço é haver uma população com forte precariedade social, com uma parte da população imigrante e com condições de habitabilidade mais fragilizadas”, indica Bernardino Soares.

O presidente da Câmara de Loures explica que, para atacar os principais focos, foram enviadas para o terreno “equipas mistas da saúde e da Segurança Social, que foram a cada caso positivo, mais de 200, ver quais eram as condições daquelas pessoas”.

“É uma população que, na esmagadora maioria dos casos, precisa de ir trabalhar porque não tem rendimentos. Ou criamos condições para essas pessoas ficarem em casa ou então a subsistência sobrepõe-se ao confinamento”, alerta.

Bernardino Soares diz que a autarquia está a tentar “limitar todas essas situações” e acredita que conseguiram chegar a muitas, “com subsídios da Segurança Social e apoios da Câmara”.

Com o apoio da Segurança Social, algumas pessoas foram instaladas em alojamentos de emergência, “porque se numa casa estão dez pessoas e há uma que fica Covid positivo, se o mantemos lá e não há condições de isolamento num quarto só para ele, é natural que outros fiquem infetados”, sublinha.

“A maioria das pessoas só não fica confinada se não tiver hipótese disso. Haverá um ou outro que, mesmo com a consciência do perigo que incorre para os outros e para si próprio violará o confinamento, mas isso não é a regra. A regra é que as pessoas se tiverem condições para ficar em casa, vão ficar. Isso faz-se garantindo subsistência, medicamentos e alimentos, no período em que têm de ficar em casa. O que estamos a fazer é uma cerca sem cerca, é garantir o mais possível essas condições”, conclui Bernardino Soares em declarações à SIC Notícias.

A partir desta terça-feira, a área da Grande Lisboa fica sujeita a medidas mais restritivas de combate à Covid-19. Estão proibidos ajuntamentos com mais de 10 pessoas.

Todos os estabelecimentos têm de encerrar às 20h00, exceto restaurantes para servir refeições. O reforço da fiscalização de centros comerciais e a proibição de vendas de bebidas alcoólicas nas áreas de serviço de postos de combustíveis são outras das medidas tomadas pelo Governo.

O Governo pretende, assim, controlar as infeções por Covid-19, que têm estado diariamente com níveis elevados na Área Metropolitana de Lisboa.

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