20 set, 2020 - 13:25 • Susana Madureira Martins , Marta Grosso
Foi chumbada neste domingo, na II convenção do Chega, a direção proposta pelo presidente, André Ventura.
A demora em fazer anunciar os resultados das votações – mais de três horas de atraso – fazia perceber que algo estava a correr mal para André Ventura e confirmou-se, mal foi anunciada a votação da lista para a direção apresentada pelo líder do Chega.
“Votaram ‘sim’ na direção 183, votaram ‘não’ 193. A direção proposta por André Ventura não foi aprovada”, ouviu-se na tenda.
Ventura pediu depois a palavra, anunciando a apresentação de uma nova lista para a direção nacional.
“Atendendo a que fui eleito presidente do partido Chega há cerca de duas semanas, em eleições diretas, votadas por todos os militantes do partido, e visto que, regulamentarmente e estatutariamente, me compete a mim apresentar a direção nacional, queria pedir, logo que possível a suspensão dos trabalhos nos termos do regulamento, para que possa submeter uma nova lista à votação dos congressistas”, solicitou.
Se eventualmente não houver consenso nesta convenção para eleger a direção de Ventura, o partido pode adiar a questão levando-a a um conselho nacional.
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De acordo com os estatutos do Chega, a lista proposta pelo líder precisava de obter dois terços dos votos, mas nem sequer conseguiu atingir a maioria.
Segundo o artigo 3.º do regulamento eleitoral nacional do partido nacional populista, se não for obtido o voto de dois terços dos delegados "deve o presidente eleito da direção nacional submeter nova lista, no prazo máximo de duas horas, aos delegados eleitos à Convenção Nacional, para votação no menor espaço de tempo possível”.
“A Convenção Nacional não poderá ser dada por terminada sem que seja regularmente eleita a lista da direção nacional”, estipula ainda o mesmo artigo.