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Crise política. “Era preciso mais consenso”
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João Duque

Crise política. “Era preciso mais consenso”

13 mar, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


O comentador analisa a situação política do país e aconselha a “procurarem-se pontes em vez de rios de separação”.

O comentador da Renascença João Duque alerta que, face ao adensar da crispação política, “era preciso mais consenso” e aconselha à criação de “pontes em vez de rios de separação”.

O economista sublinha que o problema “pode ser muito complicado de desembrulhar, acabadas as eleições”.

“Imagine que, acabadas as eleições, temos uma situação ainda mais caricata, que é um empate entre dois partidos que é provavelmente o cenário (...) ou que a diferença fique mais ou menos como está, para um lado e para o outro”, assinala.

“A pergunta é como é que esses dois partidos, tendo eleições marcadas logo a seguir, e que provavelmente têm as lideranças muito ligadas a essas segundas eleições, vão reagir face a uma derrota?”, questiona.

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Duque salienta que o ambiente “se degradou muito, porque entrámos num âmbito de natureza muito pessoal. O ataque político fugiu para um campo muito pessoal, e isso fere muito a pessoa, e, portanto, é com dificuldade que eu vejo outra vez Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos sentarem-se um bocadinho deixando de parte aquilo que foram as guerras da política”.

“As guerras da política e argumentos económicos ou de natureza social esgrimem-se na praça pública, mas depois facilmente se esquecem quando se perde”, explica, mas como parece não haver sinais nesse sentido, Duque adverte que “é perigoso, porque é muito provável que nós continuemos a precisar de uma dança um bocadinho feita, tal como tem sido feita até agora, que é um dos partidos que vai encolher os ombros, não apoia, mas deixa passar, para que se consiga governar este país”.

No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, o professor universitário defende que para o bem da economia portuguesa “é obrigatório negociar-se, e negociar-se bem”.

“Quem é que vai tomar decisões como mandar contingentes, imagine, mandar contingentes de portugueses, soldados, para a frente de batalha se for necessário?”, questiona.

O Governo já admitiu essa possibilidade e João Duque reforça que para isso “necessita de uma coragem muito grande e um suporte da oposição muito forte”.

“E para isso é preciso criar grande unidade e consistência entre as pessoas, ou cortar despesas sociais para fornecer armamento para a frente de batalha. Portanto, isto é muito complicado e convém procurarem-se pontes em vez de rios de separação”, aconselha.

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