O que é o spread?
De uma forma simples, o spread é a taxa de juro que o banco aplica nos contratos de crédito. No fundo, é a margem de lucro do banco.
Como é calculado o spread?
O spread é definido pelo banco de acordo com o risco do contrato e do cliente. Ao emprestar dinheiro ao cliente o banco corre riscos. Assim, quanto maior o risco, maior a taxa de spread que o Banco vai propor ao cliente. A margem de lucro pretende compensar o risco, e, naturalmente, remunerar o Banco.
Isso quer dizer que não há dois spreads iguais?
O spread é variável e depende de vários fatores associados quer ao cliente quer à operação em causa.
Tente colocar-se do lado do banco. Não é a mesma coisa emprestar dinheiro ao irmão (que supostamente conhecemos bem) ou a um desconhecido (que acabou de nos bater à porta e promete pagar tudo ao longo dos próximos meses).
Também não é igual emprestar dinheiro ao amigo que paga ao cêntimo e a tempo e horas ou àquele que invariavelmente se esquece de pagar o que deve.
No banco também é assim. Cada cliente é um cliente e a margem de lucro do banco pretende compensar o risco que tem, e, naturalmente, remunerar o Banco quer empreste dinheiro ao cliente de sempre, ao que acabou de chegar, ao que nunca teve problemas com o banco ou ao que já tem um histórico complicado.
Como é que o banco faz essa análise?
O banco analisa várias coisas: características dos clientes, o nível de risco, vulgarmente conhecido por ‘scoring’ de cliente.
São tidos em conta fatores como a idade, o estado civil, o rendimento e dimensão do agregado familiar ou a relação do cliente com o banco. Depois desta análise, o banco propõe um spread para aquele cliente e para aquela operação em particular. Por isso é que dois clientes no mesmo banco podem ter spreads diferentes.
Porque é que o spread é, aparentemente, tão importante?
É importante porque se reflete na prestação que o cliente paga ao banco todos os meses.
O valor do spread pode ou não ser negociado?
Pode. E antes de fechar o contrato é o momento certo para usar de toda a sua capacidade negocial. Depois de fechado o contrato o spread só pode ser alterado no âmbito de uma renegociação e tem de ter mútuo acordo, da instituição de crédito e do cliente bancário.
Dicas para negociar ou ter um spread mais baixo:
Quanto mais garantias o cliente der ao banco, melhor.
- Mostrar ao banco que tem uma situação profissional estável,
- Apresentar fiadores ou outras garantias como um imóvel (deste modo está a comprovar que terá capacidade para pagar a prestação mensal, mesmo num cenário de subida de taxas de juro ou noutro cenário mais adverso.
- Contratar outros produtos ou serviços do banco, como por exemplo: cartões de crédito, fazer um PPR, contratar seguros.
Porquê? Porque este tipo de produtos também dá ao banco um sinal de que o cliente está ativo, tem uma relação mais sólida com o banco e que não está ali apenas pelo empréstimo. No entanto, o cliente deve avaliar se os eventuais custos com estes produtos compensam a poupança que vai ter por via da redução do spread.
- Ficar atento a campanhas específicas com condições especiais que podem ser vantajosas para os clientes. Esteja atento a estas campanhas, tal e qual como os habituais saldos, e avalie bem, porque na verdade comprar uma casa é comprar uma relação para 30 ou 40 anos.