27 nov, 2015
Ainda antes de o novo governo tomar ontem posse (onde não esteve Jerónimo de Sousa), o PS apresentara no Parlamento projectos de lei sobre a revogação da sobretaxa de IRS e sobre a reposição dos salários dos funcionários públicos. Mas não havia acordo com o PCP e com o Bloco de Esquerda, no primeiro caso, e, no segundo, o PS apenas tinha chegado a acordo com o Bloco, não com o PCP. Acabou por se adiar a votação na generalidade destes diplomas, prometendo os partidos da “maioria de esquerda” fazer esforços para se entenderem.
Assim se vê o que vai ser o calvário de permanentes negociações do governo de A. Costa com os partidos à esquerda do PS. O tal acordo de base que Costa garantiu ter alcançado com esses partidos afinal não passava de uma mera declaração de intenções - iremos procurar convergências...
O papel do ministro das Finanças, Mário Centeno, é aqui fulcral. Cabe-lhe a tarefa ingrata, não só de limitar as ambições orçamentais dos seus colegas de governo, como de conter o despesismo do PCP e do BE. Centeno terá sobretudo que provar firmeza, algo que até agora não se lhe viu.