28 fev, 2025 • Afonso Cabral
Neste xadrez começaram os vermelhos. Um olhar breve para o 11 inicial do Gil Vicente via três defesas centrais, num contraste aos habituais dois que perduraram mesmo após a queda de Bruno Pinheiro. Do outro lado também Rui Borges manteve o 3-4-3 que já vem da deslocação a Dortmund. Desde então, dois jogos sem vencer e uma mudança compreendida na dimensão da onda de lesões do clube de Alvalade.
Nos primeiros 45 minutos houve mais Gil Vicente e um Félix Correia inspirado a lançar colegas para o golo, mas desinspirado na altura de ele próprio colocar a bola dentro da baliza. E as oportunidades de golo surgiram de algum desacerto posicional entre Matheus Reis, Maxi Araújo e ainda Quenda.
De resto, o posicionamento de Félix, muito puxado para o centro do terreno, afastou as intenções de Ricardo Esgaio de o perseguir. Zé Carlos, Fujimoto e Aguirre fizeram o resto do trabalho de desestabilização, conforme podemos ver na imagem acima. A linha que antes subia e descia graciosamente à voz de Sebastián Coates é agora um foco de instabilidade para o Sporting.
O empate ao intervalo foi lisonjeiro para o Sporting, dizia Luís Aresta, editor de desporto desta rádio e narrador do jogo, na transmissão em direto da Renascença.
A segunda parte trouxe Viktor Gyökeres e uma confiança renovada para o Sporting. A equipa de Rui Borges foi mais agressiva nos duelos (aumento muito significativo face à primeira parte) e apoderou-se do jogo.
Taticamente, fomentou-se algo que se tinha visto a espaços no primeiro tempo, com a aproximação de Francisco Trincão ao corredor de Quenda para, tal como fez Félix na primeira parte, confundir as marcações altamente individualizadas que iam operando no centro de controlo do adversário.
Rúben Fernandes, o central à esquerda dos gilistas, mantinha a posição, e Trincão fazia 2x1 contra o central exterior do lado de Quenda, pedindo muita bola em profundidade.
Outra melhoria dos leões ficou patente no aumento da taxa de acerto do passe longo, que foi tentado de forma algo disparatada na primeira parte por Debast e Gonçalo Inácio.
Vistas as principais notas táticas de ambos os lados importa dizer que o Sporting venceu de forma muito sofrida, mas garante um balão de oxigénio importante para a receção ao Estoril, que se avizinha difícil.
O calvário do Gil Vicente continua, mas a exibição abre portas a um sentimento de confiança que o principal objetivo, a manutenção, será garantida.