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Duarte Pacheco: "Se PS não aceitar governo minoritário, PSD deve procurar 'geringonça' à direita com Chega"

20 mar, 2025 • José Pedro Frazão


No programa "Casa Comum", Mariana Vieira da Silva e Duarte Pacheco debateram as relações entre PS e PSD, a formação de coligações pós-eleitorais depois de Maio. Pode ser o fim do "não é não" do PSD?

E depois de Maio? "PSD deve fazer 'geringonça' com Chega se PS não viabilizar governo minoritário"
E depois de Maio? "PSD deve fazer 'geringonça' com Chega se PS não viabilizar governo minoritário"

O social-democrata Duarte Pacheco defende que, em caso de vitória do PSD, e se o PS não viabilizar um governo minoritário, o seu partido deve procurar formar uma "geringonça" de direita que inclua o Chega.

No programa "Casa Comum", da Renascença, o antigo deputado apela a que PS e PSD viabilizem um possível governo minoritário de quem ganhe as eleições.

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"Eu preferia essa situação. Ganhando o PSD ou o PS, que os dois partidos fizessem esse acordo, esse entendimento. Não precisa ser escrito. Quando as pessoas são adultas, basta a palavra", afirma.

Se assim não acontecer, Pacheco defende que PSD deve abandonar o princípio do "não é não" face ao partido de André Ventura.

" Se o PS não aceitar isso e estiver disponível para fazer geringonças à esquerda, o PSD não pode ficar limitado a gerar entendimentos de incidência parlamentar com os partidos à sua direita. Incluindo o CHEGA, naturalmente", sustenta o militante social-democrata.

O modelo é o da 'geringonça" socialista de 2015, "onde os partidos acordaram um caderno de encargos e acordaram discordar noutras matérias".

Duarte Pacheco repesca o exemplo da governação nos Açores para defender esta opção. "O mundo caiu por o Chega ter viabilizado o governo do PSD, dando em troca algumas medidas que consideravam fundamentais?"

PS não mudou a sua posição

Em resposta, Mariana Vieira da Silva responde que os socialistas não mudaram a sua posição de 2015. ou seja, a possível formação de um governo alternativo com base no entendimento de que "o diálogo à esquerda existe e é possível, considerando esses dois partidos democráticos e do arco da nossa política há muitos anos".

A antiga ministra insiste nas diferenças entre o PCP, o Bloco de Esquerda e o CHEGA, "que tem um posicionamento de desafio ao regime, de desafio às suas regras".

A antiga ministra do PS pede ao PSD que seja claro de novo em relação a alianças com o CHEGA. "Nas últimas eleições o PSD clarificou. E é importante que todos se clarifiquem. O PSD terá novamente que se pronunciar sobre este facto e não há como fugir a isso. E julgo que todos sabem, e o Duarte Pacheco também, que isso tem consequências, umas positivas, outras negativas, e que é preciso enfrentar", replica a dirigente socialista, apelando a que os partidos se apresentem a eleições sem coligações.

"É importante que eles sejam avaliados pelo que propõem, que se saiba 'quanto vale' cada um, porque é nessa base que depois coligações ou acordos de incidência parlamentar podem ser negociados".

PS e PSD: Bloco Central ou pequenos entendimentos?

Numa situação de guerra na Europa e no cenário de sequências de executivos de curta duração, devem os dois partidos entenderem-se de forma mais programática como solução governativa? Mariana Vieira da Silva responde que um acordo entre os dois maiores partidos "deve ser uma coisa muito excecional, e só numa situação muito limite".

A antiga ministra sublinha que o país tem muitas dificuldades " mas não vive nenhum momento de angústia e de incapacidade", apresentando uma situação financeira "que nos permite olhar para o mundo com abertura e capacidade".

Para mais, Vieira da Silva anota que a atual situação política "nada tem a ver com a posição do Partido Socialista sobre as matérias de governabilidade", recordando que o PS "em todos os momentos", viabilizou o Executivo "incluindo rejeitando duas moções de censura".

Mariana Vieira da Silva admite ainda assim que PS e PSD têm que conversar "mais do que temos agora" sobre questões europeias e em particular "sobre defesa, sobre decisões estratégicas de autonomia e de soberania energética e na área da inteligência artificial"

Para Duarte Pacheco, chegou-se "a um momento fulcral para a democracia", onde é necessário perceber se os dois partidos estabelecem um diálogo que não é só para este momento, mas que possa trabalhar para futuro, em termos de viabilização do Governo, e no acordo das principais reformas".

Na Renascença, o antigo deputado do PSD dá o exemplo das áreas da Justiça e da Segurança Social.

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  • Carlos
    20 mar, 2025 carvalhal 13:50
    PSD deve procurar 'geringonça' à direita com Chega"......Mas nunca com Montenegro como lider do PSD, não é não. e o Chega teria de ter muito cuidado,pois está mais que visto que eles não são confiáveis.