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Conversas na Bolsa
Grandes debates e conversas no Palácio da Bolsa, no Porto. Organizadas pela Associação Comercial do Porto com o apoio da Renascença
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PS "não está a conseguir resistir" ao extremismo, acusa Pedro Duarte
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PS "não está a conseguir resistir" ao extremismo, acusa Pedro Duarte

03 fev, 2025 • Isabel Pacheco


O combate aos extremismos e à emigração dos jovens talentos são os desafios “centrais” do país, a médio prazo. As prioridades são apontadas pelo ministro Pedro Duarte que esteve no Palácio da Bolsa em mais uma edição do Conversas da Bolsa, a convite da Associação Comercial do Porto.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, elege o combate aos extremismos como um dos principais desafios do país para os próximos anos.

Durante o “Conversas na Bolsa”, na última sexta-feira, no Palácio da Bolsa, no Porto, o, também, líder da distrital do PSD do Porto apontou a luta contra “o populismo, os extremismos e a desinformação que fragilizam a democracia” como uma prioridade.

“O país vive hoje esta estranha dinâmica entre as oposições que acabam, por vezes, até por se confundir à esquerda e à direita nos métodos e seus objetivos”, começou por apontar o social-democrata.

“De um lado, a direita que tenta imitar de forma primária o pior que os populistas têm trazido para a vida pública das sociedades ocidentais cultivando o ódio e a divisão dentro da nossa comunidade. E do outro lado, na esquerda assistimos a um deslocamento dos seus moderados para a margem mais radical”, acrescentou Pedro Duarte criticando, uma vez mais, os extremismos que “dificultam” o trabalho do atual Governo.

Uma posição de extremismo populista a que o Partido Socialista “não está a conseguir resistir”, acusou o governante, que deu como exemplo a reação do partido do líder socialista, Pedro Nuno Santos, à polémica operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, em dezembro, que resultou na detenção de duas pessoas.

“É um exemplo paradigmático do extremismo populista a que o atual Partido Socialista não está a conseguir resistir. Mal a operação foi tornada pública, correram para o local na ânsia de chegarem antes de qualquer outro extremista. Tiveram uma posição incendiária, não hesitando em pôr em causa a autoridade das polícias, mesmo quando ainda não tinham qualquer informação efetiva sobre o sucedido”, apontou Pedro Duarte.

Para o governante, a posição extremista do PS “é bem visível na linha seguida pelo atual líder da oposição. Prestem atenção ao tom sempre revoltado, a linguagem até ofensiva e ao conteúdo extremista e radical das posições que tem defendido”.

Mas se um dos desafios “centrais” do país é político, o outro está na capacidade em travar a saída de jovens talentos do país. Para Pedro Duarte a retenção do talento jovem é essencial.

“A reflexão que temos feito sobre a imigração que nos obriga necessariamente a encontrar novos caminhos de integração, não nos pode dispensar de pensar com a mesma urgência sobre a emigração”, defendeu o governante. Em causa, explicou, está "a saída, particularmente os nossos jovens qualificados. Porque não há futuro possível sem jovens”.

Portugal é um “farol de estabilidade e de ambição”

Desafios à parte, o ministro com a pasta dos Assuntos Parlamentares reconheceu que, embora o “retrato geopolítico possa assustar”, Portugal está no bom caminho com contas certas que fazem do país um “farol de estabilidade”.

“Enquanto país estamos do lado mais promissor. Não era possível dizê-lo há cinco ou dez anos”, recordou Pedro Duarte, para sublinhar que atualmente as “realidade é bem diferente” .

“As contas públicas estão equilibradas, as dívidas públicas e privadas foram reduzidas e o nosso nível médio de riqueza está a aproximar-se da média europeia. Somos hoje um farol de estabilidade e de ambição”, vincou enumerando os dados económicos mais recentes que apontam para um crescimento da economia na ordem dos 2%.

“Ontem mesmo chegaram notícias de Bruxelas a mostrar-nos que no último trimestre de 2024 tivemos o terceiro maior crescimento do PIB na zona euro”. E , acrescentou, a “economia portuguesa cresce quase 2% sendo que no quarto trimestre cresceu 2,7%”.

“Perguntar-se-ão se há vida para além da economia? Claro que sim, certamente, mas este bom desempenho permite-nos, agora, como já disse há uns dias, o ministro da Economia, estarmos otimistas face ao futuro”, rematou.

“Temos candidato à Câmara” do Porto?

Quanto ao seu futuro político, Pedro Duarte mostrou-se mais reservado. O ministro, que é apontado como possível candidato social-democrata à Câmara do Porto nas próximas eleições autárquicas, não quis esclarecer, para já, as dúvidas.

A questão sobre a sua possível candidatura foi levantada por um dos participantes do almoço-convívio, no Palácio da Bolsa. “Temos candidato à Câmara?”, perguntou um dos participantes explicando que se tratava da “pergunta que 98% desta sala quer saber”, sublinhou.

Da parte de Pedro Duarte ouviu-se um “nim” e atirou a decisão para mais tarde. O governante explicou que, mediante o calendário do partido, “o momento de decisão vai ser mais tarde”.

“A missão patriótica que estou a desempenhar no Governo não me permite estar com um pé dentro e outro fora. Não é compatível. Quando estamos no exercício de uma missão, estamos absolutamente concentrados”, começou por justificar o ministro, que apontou a primavera para uma tomada de decisão.

“Esse momento há de ser na primavera. Não vai demorar muito tempo em que vai haver um momento de reflexão da minha parte, com certeza, mas não só, para haver alguma notícia para dar”, finalizou.

O ministro dos Assuntos Parlamentares foi o convidado da Associação Comercial do Porto da última edição do “Conversas na Bolsa”, no Palácio da Bolsa, dedicada ao debate sobre os desafios do país nos próximos anos.

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