03 fev, 2025 • Tânia Sousa
Na atualidade, encontramos de forma massificada soluções formativas online altamente padronizadas, em que as escolas oferecem programas de formação em e-learning, num formato "one size fits all". Isto obriga a uma reflexão sobre como recuperar a dimensão mais humana da formação.O apelo ao contacto interpessoal e às experiências formativas transformadoras "face-to-face" voltam a ganhar relevância à medida que as organizações e os seus colaboradores procuram soluções que realmente impactem as suas vidas e carreiras.
A transformação digital acelerada pela pandemia e pelos confinamentos revolucionaram o acesso à formação. Escolas e empresas por todo o mundo democratizaram o conhecimento através de plataformas de ensino à distância e recorrendo a ferramentas de Learning Management System (LMS) com conteúdos disponíveis 24 horas/7 dias por semana, permitindo que milhões de pessoas tivessem acesso a conhecimentos que antes se reservam àqueles que podiam deslocar-se para viver uma experiência formativa in loco. Embora haja inúmeros aspetos positivos desta democratização, a verdade é que a massificação também trouxe consigo desafios significativos:
1. Falta de personalização: programas de formação pré-definidos e generalistas, assentes apenas no “saber-saber” nem sempre atendem às necessidades específicas de indivíduos ou empresas, resultando em formações que se tornam rapidamente irrelevantes.
2. Fadiga digital: Com o aumento do tempo gasto em frente a ecrãs, muitas pessoas sentem-se sobrecarregadas, diminuindo o envolvimento e a retenção do conhecimento, privando-se do desenvolvimento de competências pela via experiencial próprias do “saber-fazer”.
3. Ausência de interação humana: O modelo predominantemente virtual acarreta toda uma dimensão impessoal, reduzindo o impacto emocional da experiência, o sentimento de vivência do momento e a ligação entre os participantes e os facilitadores. Toda a dimensão do “saber-estar” (com pessoas e consigo próprio) é substituído pelo distanciamento social e relacional.
Renasce assim a oportunidade de se criarem experiências de aprendizagem que priorizem e incentivem o retorno à dimensão humana, à vivência em grupo e à verdadeira presença como sentimento de pertença.
A formação executiva da CATÓLICA-LISBON tem apostado em soluções que realcem a importância do “estar” em sala, não descurando a comodidade e flexibilidade do ensino à distância. O design dos programas em "blended-learning" (combinação do melhor dos dois mundos – presencial e online) assenta numa clara definição do tipo de conteúdos que se podem oferecer em online, conjugados com experiências "face-to-face" verdadeiramente impactantes e transformadoras. Desta forma, a CATÓLICA-LISBON promove ativamente:
1. Experiências imersivas e contextualizadas
Em vez de conteúdos genéricos, as formações devem ser desenhadas para contextos e públicos específicos. Simulações, dinâmicas de grupo e estudos de caso reais tornam a aprendizagem mais relevante e impactante.
2. Networking transformador
A experiência formativa em presencial promove interações autênticas, criação de laços, troca de experiências e colaboração em tempo real. A dinâmica humana é muitas vezes o principal catalisador de insights e mudanças profundas.
3. Mentoria e inteligência emocional
No âmago da formação estão as competências relacionais e emocionais. Os Professores da CATÓLICA-LISBON possuem uma vasta experiência académica e empresarial, conseguindo captar as sensações, emoções e necessidades dos participantes, ajustando e coadjuvando a aprendizagem em tempo real para maximizar os resultados individuais e de grupo.
4. Híbrido ou Blended com propósito
Embora a tecnologia tenha o seu lugar, o modelo ideal combina o melhor dos dois mundos: utilização de plataformas digitais para preparar os participantes e/ou complementar a aprendizagem, reservando as sessões presenciais para os momentos mais relevantes do processo e que estão no centro da experiência.
Importa destacar que as empresas que investem em modelos de formação que valorizam a dimensão humana colhem benefícios mais diretos:
A formação do futuro não será apenas sobre adquirir hard-skills, mas também sobre transformar indivíduos e organizações. Para isso, é essencial revalorizar o contacto humano, criando experiências formativas que não só ensinem, mas também inspirem. A tecnologia pode ser um aliado, mas o verdadeiro impacto está na empatia, na ligação aos outros e na capacidade de transformar as pessoas pelo verdadeiro significado da formação.
Tânia Sousa, Program Manager na Católica-Lisbon School of Business and Economics.
Este espaço de opinião é uma colaboração entre a Renascença e a Católica-Lisbon School of Business and Economics