21 abr, 2025 • Isabel Viegas
O tema da intergeracionalidade tem ganho maior relevância numa altura em que coexistem nas organizações quatro gerações e que a longevidade ativa está a levar os mais seniores a querer prolongar os seus percursos profissionais.
Será que somos capazes de integrar os mais novos nas empresas dando-lhes o espaço para contribuírem e terem voz? E responder à natural necessidade de rejuvenescimento das empresas, sem deitar borda fora a experiência e o legado dos mais seniores?
Talvez o que se esteja a passar é que não gerindo bem esta realidade geracional, todos ficamos a perder. Deixamos à porta muito do que os jovens poderiam aportar e não encontram o espaço para, deitamos fora a experiência dos mais seniores quando aos 50 anos os convidamos inesperadamente a sair, sem assegurar a passagem do legado que construíram…
Urge, então, mudar o modo como (não) estamos a gerir a integração das diversas gerações nas nossas empresas. E olhar mais para o que as aproxima, em vez de nos focarmos no que as diferencia.
Sabemos que, na hora de decidir em que organização trabalhar, os mais novos procuram um propósito, saber que vão contribuir para algo maior, que procuram autonomia, visibilidade, desenvolvimento e ambientes saudáveis onde trabalhar.
Não será o mesmo que as outras gerações anseiam? Mesmo os mais séniores, que hoje se mantêm ativos até mais tarde?
Naturalmente que existem diferenças entre as gerações: a qualificação é talvez o que mais as distingue. Recordo que quando terminei o liceu e fui para a universidade, a % de jovens que seguia os estudos superiores era muito reduzido.
Hoje a realidade é muito diferente. E para melhor!
As linguagens, os estilos de vida também são datados, têm épocas e podem caracterizar as gerações.
Mas em todos estes aspetos, eu diria que, se soubermos adicionar, somar, em vez de divergir e nos separarmos, ganhamos todos.
E não é muito diferente o que se pede a cada um de nós, independentemente da idade que temos.
Vejamos alguns exemplos de comportamentos e atitudes individuais que contribuem positivamente para “somar”:
Às empresas cabe também uma enorme responsabilidade na gestão da intergeracionalidade:
Com estes comportamentos iremos experienciar muito mais o que nos aproxima do que o que nos separa. E ganharemos todos!
Isabel Viegas, Professora da Católica Lisbon School of Business & Economics.
Este espaço de opinião é uma colaboração entre a Renascença e a Católica-Lisbon School of Business and Economics.