21 mar, 2025 • José Pedro Frazão
A secretária-geral da Cáritas Europa, Maria Nyman, antevê grandes impactos negativos na ação humanitária da decisão norte-americana de congelar os programas de cooperação na agência USAID.
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De passagem por Lisboa, onde participou na Semana da Cáritas, Maria Nyman concedeu uma entrevista à Renascença, na qual revela que a ajuda à Ucrânia ainda vai durar bastante tempo e pede aos líderes europeus que não retirem dinheiro às causas sociais para investir na defesa e segurança.
O que espera dos próximos meses na crise ucraniana, independentemente das negociações de cessar-fogo? Podemos ainda enfrentar uma nova vaga de refugiados?
A Caritas tem apoiado a Ucrânia desde antes da invasão em grande escala há três anos e continuaremos enquanto for necessário. Claro que existem diferentes tipos de cenários possíveis, mas, seja como for, a Cáritas estará lá e acompanhará as pessoas necessitadas. Temos Cáritas em todos os países vizinhos que já estão a prestar apoio e a acolher os refugiados que chegam da Ucrânia, e é isso que vamos continuar a fazer.
Penso que é muito difícil saber o que vai acontecer a seguir, mas estamos prontos para diferentes tipos de cenários e estaremos ao lado das pessoas, das que chegam, das que decidem ficar na Ucrânia, das que estão entre os deslocados internos e das que abandonam o país.
Estivemos com a Cáritas na Ucrânia e em pelo menos 3 países vizinhos, como a Polónia, Roménia e Hungria. No primeiro e segundo anos da invasão em grande escala, a intervenção já ia não apenas para a resposta de emergência, mas também para um certo médio prazo, havia alguns acampamentos para as crianças. Como está a situação aí?
Todos os países vizinhos da Ucrânia estão a apoiar os refugiados que estão a chegar. Em alguns países, fomos os primeiros a responder e as necessidades foram evoluindo ao longo do tempo.
Claro que houve novas chegadas de refugiados ao longo do tempo e, por vezes, temos de nos lembrar que os que chegam agora já estão a passar por uma guerra que já dura há três anos. E as suas necessidades estão a tornar-se cada vez mais complexas, porque as pessoas têm agora também muitas necessidades psicossociais. Muitas pessoas passaram por traumas diretos, elas próprias ou as suas famílias.
Por isso, a nossa resposta é adaptada a estas novas necessidades. Estamos a prestar cada vez mais apoio psicossocial e à integração. Ao mesmo tempo, também trabalhamos arduamente com a Cáritas na Ucrânia, para que aqueles que queiram regressar agora ou quando for possível, dependendo de onde vêm, se possam reintegrar na Ucrânia. Esse é um dos grandes desafios que observamos.
Os números, claro, com o tempo, têm vindo a diminuir. Muitas pessoas que entraram nos países vizinhos ou entraram ainda mais na Europa Central ou voltaram para trás, dependendo das suas opções e dos lugares de origem. Mas continuamos a reavaliar ao longo do tempo quais são as necessidades e como responder a elas.
Provavelmente, foi necessário reforçar a Cáritas nos países vizinhos, principalmente, por exemplo, na Polónia. Estão a reduzir ou a manter a vossa dimensão local, tendo em conta a possibilidade de a onda migratória continuar a exigir a atenção da Cáritas?
Todas as Cáritas são autónomas e a sua resposta foi adaptada um pouco em função da sua estrutura nacional, das suas possibilidades, das suas necessidades e das suas prioridades. Mas a maioria das Cáritas estava a intensificar a sua resposta de forma muito forte, quando as vagas de refugiados estavam a chegar, e também receberam muito apoio por isso.Tem havido também uma enorme generosidade por parte dos financiadores da Caritas para garantir que a resposta chega.
Agora, claro, com o tempo, tem sido um desafio manter também este tipo de nível de apoio. Portanto, estamos a adaptar-nos às necessidades. A maioria das Cáritas está a reduzir um pouco o apoio devido à mudança da situação. Mas continuamos a garantir que, como rede, todas as Cáritas continuam a apoiar a Cáritas na Ucrânia tanto quanto possível.
Algumas Cáritas nos países vizinhos têm feito apelos de emergência à confederação das Cáritas. Por isso, estamos a tentar garantir que lhes estamos a dar o apoio que pedem através de apelos de emergência. Como a emergência em termos diretos foi reduzindo um pouco nos países vizinhos, os valores que estão a pedir são um bocadinho diferentes. Mas as necessidades na Ucrânia são enormes.
"As necessidades serão enormes durante muito, muito tempo"
Na vossa perceção, quais são as maiores necessidades neste momento na Ucrânia?
Depende muito de onde se está. Chegámos a uma situação em que os ataques estão a acontecer de forma contínua. Não temos falado muito sobre isso nos media, ultimamente, mas a situação não está a melhorar.
Estava a falar no outro dia com a nossa vice-presidente da Caritas Europa, que é a presidente da Caritas Ucrânia. E ela estava a explicar que estão basicamente a passar por ataques diários e noturnos em Kiev.
As necessidades são as imediatas das pessoas que estão a fugir das crises de conflito. Trata-se de habitação, de distribuição de alimentos, de garantir abrigo para aqueles que também são deslocados internos.
Mas o que vemos cada vez mais, com o passar do tempo, é que as pessoas também têm enormes necessidades psicossociais. As pessoas carregam grandes traumas. E, à medida que o tempo passa, o número de pessoas que necessitam de apoio psicossocial está realmente a aumentar muito. Este é o tipo de serviço que tentamos garantir e que estamos a apoiar o máximo possível.
E também se trata de estar pronto para o futuro. Como Caritas, trabalhamos sempre de uma forma em que não respondemos apenas às necessidades imediatas, mas também com as comunidades para garantir que, após o conflito, existe também a construção de um futuro e de uma comunidade.
Portanto, também trabalhamos muito agora na reconstrução de vidas, na reconstrução de lares, num apoio muito prático e direto no meio de uma guerra. Estamos a tentar estar presentes em tudo isto, caminhando realmente com as pessoas e acompanhando as suas necessidades à medida que evoluem.
Mesmo que haja um cessar-fogo ou algum tipo de paz, a crise humanitária não desaparecerá. É justo dizer isso?
É justo dizer que as necessidades serão enormes durante muito, muito tempo e que a Europa precisa de continuar a apoiar a Ucrânia. E é isso que estamos a tentar fazer enquanto Cáritas. É bonito ver que todas as Cáritas na Europa e a maioria das Cáritas em todo o mundo têm apoiado as pessoas necessitadas na Ucrânia e continuarão a fazê-lo.
A Cáritas Europa e outras ONG decidiram fazer em Março uma declaração sobre a Diretiva de Proteção Temporária, que beneficia os refugiados ucranianos, para que vá além de março de 2026. Tem bons indicadores sobre isso ou a situação é muito difícil neste momento?
É uma situação difícil também porque a proteção temporária é para ser isso mesmo, temporária. A prorrogação desta Diretiva de Proteção Temporária tem vindo a acontecer já algumas vezes.
Ao mesmo tempo, verificamos que as necessidades se mantêm. Por isso, é preciso haver proteção contínua. O que estamos a tentar dizer é que há uma necessidade de garantir que podemos continuar, de uma forma mais sustentável, a apoiar as pessoas que vêm da Ucrânia ou de outros lugares, para garantir que qualquer pessoa que tenha necessidades possa permanecer em segurança durante o tempo que for necessário.
É nisso que estamos a tentar trabalhar, enquanto Cáritas. E também estamos sempre a tentar fazer parte da solução. Continuaremos a oferecer apoio enquanto for necessário.
"As pessoas têm agora também muitas necessidades psicossociais (…) passaram por traumas diretos"
É possível ter um mecanismo em toda a extensão da UE ou esperam pelo menos manter algum tipo de procedimento do género em alguns países-chave da União Europeia?
O tempo dirá realmente qual será o resultado. Não creio que possamos esperar que haja uma Diretiva de Proteção Temporária para além de 2026 para a situação da Ucrânia. Mas penso que podemos esperar - e há fortes sinais também agora do lado da Europa - que se quer estar ao lado da Ucrânia.
Por isso, acredito que haverá apoio disponível e continuaremos a trabalhar para garantir que isso seja contínuo.
Gostariam de estender a Diretiva até março de 2027, pelo menos?
É isso que gostaríamos de fazer.
Temos agora na Europa uma discussão, incluindo esta semana, sobre a defesa, sobre a forma de armar a Europa. A Cáritas e outras ONG sustentam que isso é muito preocupante, devido à possibilidade de cortes nos programas sociais na União Europeia. A dimensão social da Europa está em risco?
Espero que não. Mas tem muita razão ao dizer que há uma prioridade agora, não só em termos de segurança, mas também em termos de defesa, que encontramos em primeiro plano.
Defendemos, como Cáritas, que garantir a sustentabilidade, a inclusão, a segurança e a justiça social para as pessoas necessitadas também faz parte da promoção da paz, da segurança e da garantia da estabilidade no nosso continente. Portanto, o que estamos realmente a pedir é que não haja financiamento retirado do domínio dos serviços sociais, da proteção social, nem da assistência e resposta humanitária.
Precisamos de investir nessas áreas. Queremos garantir que, especialmente nestes tempos tão difíceis em que muitos governos estão também a cortar o apoio à resposta humanitária e ao desenvolvimento internacional, que há investimento e apoio, e não o contrário. Por conseguinte, será muito importante que os decisores políticos europeus refletirem sobre de onde vem o dinheiro. E estamos realmente a pedir investimento em vez de redução.
Mas está preocupada com a situação.
Estamos preocupados, porque vemos muitas decisões a serem tomadas pelos governos atualmente no sentido da redução de apoios. Mas penso que também compreendem o valor de apoiar os serviços sociais e a resposta que estamos a prestar, enquanto Cáritas e muitas outras organizações.
E espero que também agora, com esta Semana da Cáritas em Portugal, que isso fique ainda mais claro, quando dedicarmos algum tempo a mostrar o trabalho incrível que a Cáritas está a fazer e como isso muda vidas. É transformador para muitas pessoas. Espero que as nossas ações sejam uma mensagem que ajude a transmitir a realidade de que precisamos de investir nisto.
Não é um debate apenas para o curto prazo, porque está também a falar do Orçamento de longo prazo da UE e a tentar que este tipo de Fundo Social continue neste período até 2030. É também um momento muito crítico em termos de decisões sobre o longo prazo na União Europeia, não é?
É sim. E a consulta está a decorrer neste momento. Nós, na Caritas Europa, estamos a responder a esta consulta para o futuro quadro financeiro plurianual da União Europeia. Estamos a trabalhar arduamente para garantir que existem políticas sociais adequadas e financiamento para tal, porque garantir uma Europa social e justa também exigirá financiamento.
"Na Europa, temos cerca de 100 milhões de pessoas que ainda vivem na pobreza ou em risco de pobreza. E não vimos os números diminuir nos últimos cinco anos"
Temos um ano crucial em 2025, com a renovação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, a adoção do Plano de Habitação Acessível e a preparação da Estratégia de Combate à Pobreza.
E temos uma meta para 2030. A União Europeia está empenhada em tirar da pobreza pelo menos 15 milhões de pessoas, das quais pelo menos 5 milhões de crianças. Estamos no bom caminho para 2030?
Infelizmente, não. Na situação atual na Europa, temos cerca de 100 milhões de pessoas que ainda vivem na pobreza ou em risco de pobreza. E não vimos os números diminuir nos últimos cinco anos.
Por isso, infelizmente, estamos longe das metas. E só isso exige que essa nova estratégia anti pobreza e as diferentes iniciativas que a acompanham, sejam holísticas, que abordem as diferentes dimensões que levam à pobreza e à exclusão, porque é uma questão muito complexa, e que garantam que vem associada a financiamento. Podemos ter uma estratégia, mas é preciso haver financiamento.
E é também este tipo de trabalho que estamos a fazer neste futuro quadro financeiro plurianual para garantir que o combate à pobreza faz parte dele.
Então a Europa tem de acelerar de 2025 para 2030?
Muito, muito mesmo, sim. E o que também pedimos é que não pensemos que haverá uma estratégia de combate à pobreza como a única resposta para a redução da pobreza na Europa e, na verdade, no mundo.
Temos de ter a certeza de que cada iniciativa política da União Europeia integra o combate à pobreza e à exclusão. É preciso trabalhar em vários ângulos para atingir esse objetivo. E como Cáritas, estamos felizes por fazer parte disso.
Estamos a tentar garantir que as pessoas em situação de pobreza também participem na consulta. Estamos a trabalhar com a Comissão Europeia para garantir que ouvem as pessoas, as suas necessidades e realidades, para que possamos dar a resposta mais adequada.
Os cortes na ajuda humanitária dos EUA promovidos pelo governo dos EUA tiveram algum impacto no trabalho da Cáritas?
Muito mesmo, um impacto muito difícil. A ajuda dos EUA representa cerca de 40% do orçamento humanitário global.
Para a Cáritas?
Para toda a resposta humanitária. Portanto, este é um risco enorme que estamos a enfrentar agora. E vemos a consequência disso já hoje, enquanto falamos.
Muitas Cáritas são afetadas e precisam de interromper projetos ou cortar funcionários, etc. O maior impacto vai ser visível nas pessoas que precisam de ajuda humanitária. Muitas pessoas serão afetadas pelo facto de haver um congelamento de fundos.
Estamos a trabalhar de diferentes formas, em diferentes canais para tentar resolver esta situação. Esperamos que, lenta, mas seguramente, haja autorizações e um apoio contínuo.
Isto acontece numa situação e num contexto em que já existia um enorme fosso de financiamento humanitário. Portanto, as necessidades humanitárias ainda não eram suficientemente satisfeitas antes do que aconteceu com a ajuda dos EUA. Também é muito difícil observar que vários governos na Europa também estão a seguir o mesmo caminho.
Portanto, o que estamos a fazer, enquanto Cáritas, é realmente pedir à União Europeia que se manifeste e mostre que defende os valores da dignidade humana.
"Achei extremamente inspiradores alguns projetos na visita à diocese de Setúbal"
A possibilidade de a União Europeia colmatar a lacuna americana é suficiente para a preencher?
Não é suficiente. Precisaremos de trabalhar em todas as frentes. Como já referi, isto está a acontecer num contexto em que o fosso de financiamento humanitário já era grande. As necessidades não foram totalmente satisfeitas em termos de assistência humanitária. E também num contexto geopolítico muito, muito desafiante, onde existem tensões, guerras e conflitos em muitas zonas do mundo.
Por isso, as necessidades também devem aumentar. E é por isso que pedimos realmente que a Europa intensifique os seus esforços, e estamos a trabalhar com eles para esse fim. Mas esperamos realmente encontrar melhores soluções também para a situação nos EUA e noutros países.
Queria perceber se, por exemplo, especificamente a Cáritas Europa depende sobretudo de donativos privados e qual é realmente a quota-parte da USAID para a Cáritas Europa?
Depende de um país para o outro. Todas as Cáritas são autónomas. A Cáritas mais afetada, claro, é a dos Estados Unidos, onde basicamente 50% do seu financiamento vem da USAID. Há outras CARITAS que também são afetadas.
Mas é difícil neste momento saber exatamente até que ponto, porque ainda temos esperança de que alguns projetos ainda possam ser concretizados, pois consideramo-los capazes de salvar vidas. Esperamos que haja autorizações para algumas delas.
Sabemos que pode haver um impacto na Ucrânia. Sabemos que alguns outros países também estão a receber financiamento da USAID para alguns dos seus projetos. Mas a maioria das Cáritas na Europa também está a receber financiamento dos seus governos e autoridades nacionais através de donativos. Por isso esperamos realmente que o impacto não seja tão grande na Cáritas.
Mas, mais uma vez, o pior impacto, realmente terrível, verifica-se nas próprias pessoas, independentemente de receberem apoio da Cáritas ou de qualquer outra organização.
Em Portugal, a habitação acessível é também um problema. De um modo geral, o que pensa da situação social do nosso país, tal como a percecionou durantes estes dias?
Como ouvi ontem no evento da Semana da Cáritas no qual também participei, compreendo que a situação da pobreza em Portugal ainda é muito, muito desafiante e que a falta de habitação acessível, barata e adequada ainda é um grande problema.
O que também vi - e estive a visitar projetos em Setúbal - é como a Cáritas está realmente a tentar fazer parte de uma resposta. Vejo que estão a trabalhar com as autoridades a nível local e nacional para tentar resolver esta situação de habitação. E também para garantir que a Cáritas está a fornecer alguns projetos que estão realmente a tentar fazer parte de uma resposta a esta lacuna.
Vi projetos incríveis em que as pessoas têm recebido proteção temporária, abrigos ou residências de longa duração, que foram também feitos de uma forma que respeita a sua dignidade e os seus valores, onde as pessoas têm realmente a oportunidade de se reerguer. Por isso, penso que este tipo de iniciativas é indispensável numa sociedade como a portuguesa e precisa muito de ser apoiado.
Em Portugal, e no trabalho da Cáritas, o objetivo de longo prazo é muito claro?
O objetivo a longo prazo é muito claro: garantir que as pessoas são incluídas na sociedade e que têm a possibilidade real de se levantarem e serem agentes de mudança nas suas próprias vidas. Estive reunida com beneficiários que realmente puderam dar testemunho sobre como a Cáritas tem mudado a sua situação, como alguns deles tiveram a oportunidade de voltar ao trabalho, de se reerguer, de se sustentarem a si próprios, às suas famílias. Esse sentido de dignidade foi reencontrado. Portanto, este tipo de trabalho é simplesmente extraordinário e fiquei realmente surpreendida ao ver como a Cáritas Portugal está a trabalhar.
E às vezes, na experiência da Cáritas na tua rede, aprendem com as experiências de cada país. O que é que aprendeu de interessante ou de alguma forma inovador da experiência portuguesa que poderia ser útil para outras partes da Europa?
Uma das coisas que acho realmente interessante é o tipo de observatório que a Cáritas Portugal tem, onde estão a fazer estudos e a produzir material que traz riqueza de conhecimento sobre a situação em relação à pobreza. Acho que é uma ferramenta incrível.
A um nível mais concreto, achei extremamente inspiradores alguns projetos na visita à diocese de Setúbal, com uma resposta não apenas às necessidades imediatas das pessoas, mas tentando realmente garantir que a pessoa, como um todo, e todas as necessidades de uma pessoa são satisfeitas.
Ouvi falar desta incrível iniciativa, por exemplo, sobre um coro de pessoas que estão em situação de sem-abrigo e que conseguiram realmente criar juntas, para talvez redefinir algumas alegrias e o seu sentimento de serem capazes não só de receber, mas também de dar.
Penso que isso também faz parte da filosofia da Cáritas. Todos têm algo para dar e cada pessoa também precisa de algo dos outros. Por isso, achei muito bonito que trabalhem como comunidades e vejam o ser humano por detrás das necessidades. E isso é algo que trarei comigo e sobre o qual falarei.