15 jan, 2025 • André Rodrigues
Estão a aumentar os tempos de espera para as cirurgias a crianças com cancro.
O alerta é da Acreditar - a Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro - que alerta para consequências de longo prazo para a saúde das crianças.
O Explicador Renascença esclarece.
O problema está nos tempos de espera para a realização de cirurgias oncológicas pediátricas, o que está a obrigar muitas crianças a passar por múltiplos ciclos de quimioterapia.
É uma preocupação expressa pela Acreditar numa reunião que teve com a ministra da Saúde.
A exposição prolongada à quimioterapia pode resultar em sequelas de longo prazo que podiam ser evitadas se as cirurgias fossem realizadas de forma mais atempada.
Em alguns casos de um ano. A Acreditar diz que há crianças que, uma vez diagnosticado o cancro, chegam a ter de esperar um ano por cirurgia.
Um ano na vida de uma criança é muito tempo.
Todos os que habitualmente são sentidos pelos adultos. Só que nas crianças, isso tem um impacto ainda maior do que na idade adulta, com perda de qualidade de vida e de saúde.
Há efeitos imediatos: queda de cabelo, cansaço, vómitos, alteração de paladar e consequente perda de apetite, infeções mais frequentes por perda de imunidade.
A longo prazo, há outros riscos que incluem anemia crónica, infertilidade ou risco aumentado de ter um AVC.
São. No entanto, os atrasos estão sobretudo relacionados com a escassez de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros especializados, o que acaba por ter impacto na capacidade dos hospitais em realizar as intervenções necessárias de forma atempada.
Uma das soluções defendidas pela Acreditar é a concentração dos tratamentos e das cirurgias oncológicas pediátricas em centros especializados com meios adequados, o que ajudaria a garantir o número necessário de profissionais para dar uma resposta eficaz.
Não é um número especialmente elevado: cerca de 400 novos casos por ano.
Desses, há 20% que não sobrevivem. Entre os sobreviventes, pelo menos 60% ficam com algum tipo de sequela.