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Como é que o trabalho por conta própria está a fazer crescer o emprego?

06 fev, 2025 • André Rodrigues


O número de pessoas empregadas em 2024 atingiu um novo máximo: eram quase cinco milhões e 150 mil pessoas a trabalhar.

Há novos dados sobre o emprego em Portugal.

Apesar da tendência de aumento do desemprego, 2024 fechou com um número recorde de população empregada.

Parece contraditório, só que não é. O Explicador Renascença esclarece.

Porquê a diferença?

Porque, em termos globais, a taxa de desemprego em 2024 foi de 6,4%, melhor do que os 6,6% previstos pelo Governo.

No entanto, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no final do ano passado, o desemprego apresentava uma tendência de subida. No período de outubro a dezembro do ano passado, a taxa de desemprego foi de 6,7%.

Mas o número de pessoas empregadas em 2024 atingiu um novo máximo: eram quase cinco milhões e 150 mil pessoas a trabalhar.

Como é que se explica a tendência?

Com o peso do trabalho por conta própria. Houve uma subida muito expressiva, mais de 10% do número de trabalhadores nesta situação.

Em números absolutos, falamos de mais de 48 mil trabalhadores por conta própria. Essencialmente, pessoas que iniciaram os seus próprios negócios e que trabalham de forma independente.

São, sobretudo, esses que estão a assegurar este novo máximo de população empregada em Portugal.

O trabalho por conta própria está a crescer porquê?

Por vários fatores. Desde logo, a flexibilidade, a crescente utilização de plataformas digitais.

Aliás, estes dados do INE confirmam que 20,5% - ou seja, mais de um quinto da população empregada - está em teletrabalho.

Na comparação por trimestres, entre outubro e dezembro do ano passado, houve um crescimento de 1,3 pontos percentuais do número de trabalhadores remotos, refletindo uma continuidade no aumento do teletrabalho, desde a pandemia da Covid-19.

Onde é que o desemprego mais cresceu?

Agricultura, pescas e indústria. Estes setores perderam 30 mil trabalhadores em dois anos.

Se na agricultura e nas pescas, a explicação está na falta de atratividade destes setores, já no caso da indústria, a destruição de postos de trabalho é a consequência da automação e da digitalização, que têm levado a uma redução das necessidades de mão de obra.

E, com a crescente incorporação da inteligência artificial na indústria, muitas funções que antes eram desempenhadas por seres humanos estão a ser substituídas por máquinas.

Quais os dados do desemprego jovem?

Aqui o caso é ainda mais sério. Em 2024, a taxa de desemprego jovem foi de 21,6%, o que representa um aumento de 1,1 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Este número revela que, apesar da diminuição da taxa de desemprego geral, o desemprego entre os jovens continua elevado.

Fatores como a falta de experiência profissional, a dificuldade de acesso a empregos estáveis e a alta competitividade no mercado de trabalho explicam este valor.

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