10 mar, 2025 • Fátima Casanova
Todos os alunos do 2.º ano do ensino básico vão ter de realizar uma prova de leitura a meio de junho e antes do fim do ano letivo, que se de diagnóstico para avaliar a capacidade de leitura.
É uma prova oral, para analisar a velocidade da leitura e detetar eventuais falhas. Vai ser aplicada aos alunos do 2º ano, que vão ter de ler um texto-padrão.
Esta é uma tarefa individual, em que o professor-titular vai medir dois indicadores: o primeiro é a velocidade de leitura, contando o número de palavras lidas pelo aluno, no espaço de um minuto.
O segundo indicador diz respeito à precisão na leitura. Aqui, o docente vai contar os erros cometidos: palavras que não são lidas ou que são substituídas, ou mal acentuadas. Esta atividade individual de leitura não deverá demorar mais do que 5 minutos. Pelo menos, é o que indica o Ministério da Educação na nota informativa enviada para as escolas.
Sim, está previsto também um momento de leitura na biblioteca da escola, à frente dos restantes colegas de turma. Os dois momentos de avaliação podem realizar-se numa data a decidir por cada escola, entre os dias 9 e 20 de junho.
Não, não vai contar para a nota. Não se trata de nenhum momento de avaliação interna, nem externa. O objetivo é fazer um diagnóstico: saber até que ponto os alunos do 2º ano sabem ler.
Com os dados recolhidos, está prevista a publicação de um relatório de âmbito nacional antes do início do próximo ano letivo… a partir desse relatório serão definidos referenciais de leitura.
Esta avaliação tinha sido anunciada no início do ano letivo, no âmbito do Plano Aprender Mais Agora, que o governo aprovou em setembro.
Na altura, o ministro da Educação defendeu que a leitura é essencial para o sucesso escolar. De acordo com os dados que partilhou, entre 2015 e 2022, os alunos pioraram ao nível da leitura, uma queda superior à verificada pela média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico).
Na nota enviada agora às escolas, o Ministério sublinha que uma criança com baixa fluência sente maior dificuldade na compreensão de textos, o que constitui um obstáculo à aprendizagem, não só do português, mas também de todas as outras áreas disciplinares.
Recentemente, um estudo do Observatório das Atividades Culturais indicou que mais de 20% dos alunos, ou seja, um em cada cinco, tem menos de 20 livros em casa.
O mesmo estudo indica que quase dois terços dos alunos do ensino secundário dizem que os livros que são obrigatórios neste nível de ensino são aborrecidos ou distantes daquilo que lhes interessa.