14 mar, 2025 • Alexandre Abrantes Neves
Esta sexta-feira comemora-se o Dia Mundial do Sono e há dados preocupados sobre os hábitos dos portugueses.
O Explicador Renascença esclarece.
De acordo com um estudo divulgado esta sexta-feira pela Associação Portuguesa do Sono, metade dos adultos portugueses dorme menos de seis horas por dia.
É abaixo do limite considerado saudável, que aponta para um intervalo entre as sete e as nove horas diárias de sono.
A verdade é que não são só os adultos a dormir mal. Entre as crianças, uma em cada três também apresenta distúrbios do sono.
Uma em cada quatro crianças dorme no mesmo quarto que os pais e quase uma em cada cinco passa a noite na mesma cama.
Entre os motivos para isto, segundo o estudo, a responsabilidade é mesmo dos pais - que dizem sentir-se mais seguros ao dormir mais perto dos filhos.
Outras razões têm a ver com os vários despertares noturnos dos filhos e também pelas dificuldades em adormecer das crianças.
Desde logo, há um impacto nas tarefas do dia a dia. Poucas horas de sono resultam habitualmente em quebras na memória, no raciocínio e na capacidade de concentração.
Além disso, aumenta o risco de desenvolver doenças, como diabetes, tensão alta ou Alzheimer. Há também maior probabilidade de se sofrer um AVC e de registar episódios de ansiedade e casos de depressão.
A culpa parece ser da velocidade com que vivemos hoje em dia, muito mais acelerada do que há umas décadas.
Já a presidente da Associação Portuguesa do Sono disse à Renascença que os horários laborais são mais longos, o que também arrasta as tarefas pessoais para mais tarde
E tudo isso acaba, claro, por afetar as horas de sono.
Sim, um relatório do Conselho Internacional para o Controlo de Narcóticos mostra que, em 2022, Portugal foi o segundo país onde mais se consumiu medicamentos contra insónias.
No entanto, os especialistas dizem que estes fármacos devem apenas ser utilizados como terapia alternativa. Nenhum deles substitui a chamada higiene do sono.
Aqui entram uma série de hábitos a manter perto da hora do deitar, como evitar o consumo de cafeína, álcool ou de refeições pesadas, reduzir o contacto com os ecrãs e também garantir o conforto do quarto onde se vai dormir.
Além - claro - de cumprir as horas de deitar e acordar. As rotinas em geral são importantes e no sono também.