25 mar, 2025 • André Rodrigues
Pode uma tablete de chocolate custar mais de 60 euros? Pode parecer uma pergunta descabida, mas está a acontecer. Em poucos dias, o Chocolate do Dubai tornou-se um fenómeno viral e até já está a ser revendido em plataformas digitais, como a Vinted ou o OLX.
A resposta pode ser surpreendente, mas a verdade é que não há nada de ilegal, porque este produto é colocado à venda por um preço meramente indicativo.
Não sendo um produto de primeira necessidade, o preço não é fixado administrativamente. Portanto, não há nada na lei que imponha um teto no preço de venda. Mesmo que exista, da parte de quem está a vender nas plataformas digitais, a intenção de lucrar com isso.
Pode parecer, mas não. Neste caso, e porque este chocolate - como qualquer outro - não é um produto de primeira necessidade - a revenda a valores eventualmente exorbitantes não constitui infração.
De resto, tanto a Vinted como a OLX funcionam como meros intermediários em que é o próprio vendedor quem fixa o preço a que quer comercializar determinado produto, seja ele um casaco, um par de sapatos, uma bicicleta, um telemóvel, ou uma tablete de chocolate.
Para todos estes produtos, o princípio é o mesmo: é o mercado a funcionar. O vendedor estabelece um preço e o cliente só compra se quiser.
É o poder das redes sociais que, em pouco mais de uma semana, foram invadidas por um chocolate - que podia ser apenas isso, algo diferente daquilo a que estamos habituados - mas que se tornou um caso de estudo.
O chocolate do Dubai é uma barra de chocolate recheada com creme de pistáchio e kadaif, uma massa tradicionalmente usada em doces do Médio Oriente. Tornou-se viral no final de 2023, quando uma influencer digital publicou um vídeo no TikTok a provar o chocolate. E aí está a explicação para a popularidade deste produto que tem levado a uma corrida nos supermercados.
Chegou a Portugal recentemente e ganhou popularida(...)
Através de recriações feitas por diferentes marcas. A Lindt foi a primeira marca a lançar uma versão, que esgotou nas lojas de Lisboa em apenas 40 minutos.
Também a cadeia de distribuição Lidl criou a sua própria versão, inspirada no chocolate original, que também se tornou um sucesso de vendas.
A combinação de sabores e a apresentação. Depois, uma vez mais, o fenómeno viral nas redes sociais ajudou a aumentar a curiosidade e a procura.
Não há propriamente rutura de stock, mas é um produto que continua a esgotar rapidamente em Portugal em vários supermercados e em muito poucas horas. Assim que o chocolate do Dubai é reposto, desaparece das prateleiras num abrir e fechar de olhos.