28 mar, 2025 • Fábio Monteiro , André Rodrigues
Saíram em liberdade os três jovens que tinham sido detidos em Loures por suspeita de violação de uma rapariga de 16 anos. Os suspeitos estão acusados de filmar e publicar imagens da violação nas redes sociais.
Sabe-se que os três suspeitos têm entre 17 e 19 anos de idade. Pelo facto de terem atividade regular nas redes sociais, a Polícia Judiciária trata estes jovens como 'influencers'. São suspeitos da prática dos crimes de violação agravada e pornografia de menores.
O primeiro contacto foi por via digital, porque a vítima era seguidora dos suspeitos nas redes sociais. Foi aí que manteve as primeiras interações.
Num segundo momento, houve um encontro presencial marcado entre os quatro. Foi aí que a violação terá sido consumada, em fevereiro deste ano, perto da casa da vítima.
De acordo com a investigação, os três jovens 'influencers' terão atuado em grupo, forçando a vítima à prática de atos sexuais.
A violação foi filmada e as imagens posteriormente divulgadas nas redes sociais, contra a vontade da vítima. Esse é o fator que agrava as suspeitas, por causa da exposição e da idade da vítima.
Aparentemente, sim. De acordo com o Relatório de Segurança Interna, estão a aumentar os crimes sexuais em que o primeiro contacto aconteceu nas redes sociais.
No ano passado, cerca de 10% das violações começaram com abordagens na internet.
Tudo começou após uma participação feita pelo Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, à PSP. O caso foi, entregue à Polícia Judiciária, dada a competência reservada para investigar os crimes em causa.
Após o primeiro interrogatório judicial, os arguidos ficaram em liberdade, sujeitos a apresentações periódicas semanais e proibidos de contactar a vítima.
Essa resposta só poderá ser dada pelo juiz de instrução criminal. Mas a verdade é que são muito raros os casos em que se aplica a prisão preventiva a menores de 18 anos. E neste caso, as idades dos suspeitos encontram-se entre os 17 e os 19 anos de idade.
O diretor da Polícia Judiciária de Lisboa e Vale do Tejo recusa alarmismos e sublinha que a decisão de manter os suspeitos em liberdade foi tomada após uma exaustiva ponderação de todos os factos. Ou seja, o juiz de instrução criminal entende que não estavam reunidos os requisitos para aplicar a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva.