14 abr, 2025 • André Rodrigues
A semana começa com boas notícias para os automobilistas. Desde 2022 que não se assistia a uma queda tão acentuada no espaço de uma semana.
Trata-se de menos seis cêntimos na gasolina, menos sete cêntimos no gasóleo.
O Explicador Renascença esclarece porquê.
Duas razões, essencialmente: a primeira, é a descida do preço do barril de petróleo Brent, que é a referência para o mercado europeu.
Depois de três meses a oscilar muito pouco, entre os 70 dólares e os 75 dólares, agora a tendência inverte-se e, nas últimas semanas, o preço do barril de petróleo começou a descer e encaminha-se para valores próximos dos 60 dólares por barril.
A segunda razão tem a ver com a valorização do euro face ao dólar. Nos últimos tempos, a moeda norte-americana tem sido vítima da escalada na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
No fundo, está tudo relacionado. Uma das principais causas a descida da cotação do petróleo são as decisões tomadas pela administração de Donald Trump.
Como o preço do barril de petróleo é expresso em dólares nos mercados internacionais - e um dos efeitos da situação geopolítica atual tem sido a valorização do euro face ao dólar - isso significa que um único euro compra mais dólares.
Ou seja, os europeus conseguem comprar a mesma quantidade de petróleo por um valor mais baixo. O que acaba por ter reflexos no preço final dos combustíveis.
À primeira vista, sim. Porque, no imediato, o combustível fica mais barato e isso alivia o orçamento dos consumidores e das empresas.
No entanto, isto pode ser um sintoma de algo mais preocupante. Porquê? Porque o efeito de uma descida simultânea do preço do crude e das taxas de juro, normalmente é o reflexo de uma desaceleração económica global.
Ou seja, podemos estar na iminência de uma nova crise económica. é um sinal de que uma crise está a caminho, porque do crude com uma quando o crude a descer e os bancos centrais a baixar os juros ao mesmo tempo, isso pode ser sinal de uma crise a caminho.
Devemos estar alerta. No imediato, é uma boa notícia, sobretudo para quem precisa de usar o carro todos os dias.
Mas esta queda dos combustíveis pode ser o primeiro sinal de uma travagem a fundo da economia global. Há que estar atento aos sinais e o mais provável é que eles se tornem mais evidentes daqui por algum tempo.
Tudo vai depender da guerra das tarifas iniciada pela administração Trump.