Siga-nos no Whatsapp
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

Passos Coelho

04 out, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Passos foi um primeiro-ministro corajoso. Mas não se adaptou a estar na oposição.

Passos Coelho não se recandidata às “primárias” para escolher o líder do PSD – dificilmente poderia candidatar-se depois da pesada derrota nas autárquicas. Passos tornou-se muito impopular, porque chefiou o Governo que se seguiu em 2011 à quase bancarrota provocada pelas loucuras despesistas do governo socialista de Sócrates.

Muita gente que não vê para além do seu umbigo julga que a violenta austeridade imposta pela “troika” através do executivo PSD/CDS resultou de um instinto sádico de Passos Coelho. Não percebe que a maior parte dos cortes e das restrições então impostas era indispensável para o Estado português ter dinheiro para as suas tarefas básicas.

Passos Coelho resistiu com enorme coragem e até serenidade ao desgaste das medidas impopulares. Numa situação de emergência, sob grande pressão, cometeu erros. Mas acertou no essencial: conseguiu baixar um défice orçamental de 11% do PIB em 2010 para pouco mais de 3% cinco anos depois, e sair do programa de ajustamento. O país deve-lhe isso, que não foi pouco.

Na oposição, porém, Passos Coelho não logrou afirmar-se pela positiva, parecendo ter ficado permanentemente ressentido por, tendo ganho as eleições de 2015, afinal ter sido António Costa, que as perdeu, quem assumiu o cargo de primeiro-ministro. Na política não se pode contar com a gratidão das pessoas. Churchill ganhou a II guerra mundial, a partir de uma situação muito desfavorável, e perdeu as eleições em 1945.
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • João Galhardo
    05 out, 2017 Lisboa 10:44
    O texto que se lê é apenas a de um homem sentido com a partida de um líder que gostava. Francisco Sarsfield Cabral nunca teceu uma crítica a Pedro Passos Coelho, nem a Vítor Gaspar. Quando Assunção Cristas decidiu avançar com o aumento das rendas, Sarsfield Cabral escreveu sobre outro assunto. Quando Álvaro Magalhães decidiu aumentar os transportes para níveis elevados, Sarsfield Cabral olhou para o lado e fingiu que nada viu. No entanto, assim que a chamada «Geringonça» tomou de assalto o «poder», Sarasfield Cabral afiou a sua arma e tratou de criticar as rendas altas e os transportes caros e sem condições. Para Sarsfield Cabral, uma coisa é a sua política e a outra são os seus amigos, sempre muito corajosos e decentes.
  • Rui
    05 out, 2017 Lisboa 10:35
    O governo de passos Coelho foi o pior de que há memória na história pressionado pelas instâncias estrangeiras devia ter lutado e colocado ao lado dos portugueses e em vez disso juntou se a eles e até conseguiu ser pior na aplicação da maior dose de rapinanço de rendimentos e património à população no pós 25 de Abril, pior ainda conseguiu fazer isto tudo sempre na base do discurso enganador dizendo uma coisa hoje e fazendo outra amanhã, felizmente foi derrubado que como se pode comprovar hoje contra todas as profecias do diabo foi muito melhor para toda a gente por isto o país não lhe deve NADA.
  • Vasco
    05 out, 2017 Santarém 00:00
    Pelos vistos Passos Coelho saberá sair pelo seu próprio pé demonstrando ser um político diferente daquele que tomou o Poder de assalto depois da mesma forma ter destronado um camarada seu, portanto já temos aqui uma diferença de comportamentos, que o PSD encontre um novo chefe competente e responsável e que o actual governo não conduza de novo o país para o abismo e para mais uma entrega em mãos alheias, seria a quarta e sempre pelas mesmas mãos, são os meus votos.
  • ALETO
    04 out, 2017 Lisboa 22:14
    Sim, Pedro Passos Coelho teve a coragem de avançar com o maior aumento de rendas, no meio das medidas de austeridade. Pedro Passos Coelho é um grande herói nacional e até já merece um lugar no Panteão Nacional, ao lado de Amália e Eusébio. Seria até bom que o Estado tratasse imediatamente do seu enterro e o deixasse a gritar dentro do túmulo: «Vem aí o Diabo!»
  • Alexandre
    04 out, 2017 Lisboa 19:59
    Não há nada que mova o Sr. Francisco Sarsfield Cabral a escrever as suas crónicas parciais, com muita simpatia pelo seu partido, PSD. Desta vez, temos a crítica ao seu líder: um homem corajoso... De facto, a coragem foi muita para cortar nas pensões, nos salários e nas melhorias. A coragem foi igual para aumento dos transportes, dos impostos e na aplicação da austeridade. Enorme coragem também teve este líder de Sarsfield Cabral em refugiar-se na «Facebook» para pedir desculpa aos portugueses e falar dos seus filhos. Uma coragem enorme para ser hipócrita e cínico diante dos portugueses, enquanto a dívida do país aumentava. Quem não se recorda do ilustre Vítor Gaspar (o homem das finanças de Passos Coelho) que teve o descaramento de ainda fazer mais do que a «troika» pedia, para depois vir ao parlamento dizer que os portugueses eram o melhor povo do Mundo. Dignos hipócritas e cínicos, a quem Sarsfield Cabral faz a vénia e confessa-se muito sentido por terem partido.
  • Justus
    04 out, 2017 Espinho 18:05
    S. Cabral, para além de umas ideias pré-concebidas, não consegue entender o mundo actual nem acompanhar os ventos da história. Está desesperado porque lá se foi mais um troca-tintas que tanto adorava. Mas isso não lhe dá direito a mentir e tentar enganar os leitores dizendo que foi a "troika" que impôs violentas medidas de austeridade, quando essa mesma "troika" já desmentiu, por várias vezes, este boato que o governo anterior gostava de propalar. O que é certo é que Passos Coelho não percebia nada de economia, apesar do curso que tirou, e muito menos de governação. Precisava, por isso, de uma "bengala" e a "troika" estava-lhe mesmo a calhar, designadamente para lhe assacar as culpas dos erros que ia cometendo. Saída a "troika", e já não tendo ninguém para endossar responsabilidades, foi o descalabro total.Talvez fosse bom a S. Cabral ler a Constituição para não dar erros de palmatória. Passos Coelho nunca ganhou as eleições, porque estas ganham-se ou perdem-se na assembleia da república, através do maior ou menor número de deputados que um partido consegue obter para formar governo. Passos Coelho e o seu partido tiveram o maior número de votos nas legislativas passadas, que é coisa muito diferente, S. Cabral. Antes de escrever sobre coisas deste género seria melhor estudar a Constituição para não dizer asneiras e tentar enganar os leitores. Mesmo em política e desesperado, não vale tudo. A verdade deve estar sempre acima dos interesses e das amizades partidárias.
  • Americo Gomes
    04 out, 2017 Vila do Conde 17:09
    Optimo attigo. Passos Coelho devia demitir-se logo que foi "montada" a geringonça. Saía pela porta grande.
  • Augusto Saraova
    04 out, 2017 Maia 16:40
    Excelente! A maior ingratidão foi cometida pelos "barões" que abandonaram o jovem líder do partido. Por isso mesmo acho que não se devia demitir. Devia continuar para melhor confirmar a cobardia dessa gente...
  • Maria Manuela Nunes
    04 out, 2017 Queluz 16:09
    Tenho muita pena que os portugueses se tenham esquecido do que fez Passos Coelho tomar as medidas que tomou. Pagou caro. É a ingratidão. Veremos se nós não iremos pagar ainda mais caso!
  • Marco Visan
    04 out, 2017 Lisboa 14:33
    Como é possível comparar Pedro Passos Coelho a Churchill? Só na cabeça de alguém já muito apagado e em vias de extinção, como o dinossauro Francisco Sarsfield Cabral. Recordo o anúncio das medidas de austeridade, antes da valente manifestação de 15 de Setembro de 2012. Pedro Passos Coelho anunciou cortes e mais impostos, para depois se retirar e pedir desculpas aos portugueses, via «Facebook», como também para falar sobre os filhos. Pedro Passos Coelho nunca esteve bem na política. Para ser primeiro-ministro teve de mentir muito aos portugueses. A sua campanha eleitoral de 2015 também foi marcada por muitas mentiras e enganos. Vir aqui dizer que este homem cruel é corajoso, é apenas mais um sintoma que algo não está mesmo bem na mente de Francisco Sarsfield Cabral.