07 dez, 2018
O jovem presidente conseguiu realizar algumas reformas, nomeadamente na área laboral. Mas suscitou uma enorme reação de descontentamento e revolta na maioria dos franceses.
As ações de rua do movimento informal dos “coletes amarelos”, que descambaram para a violência, levaram o seu governo a recuar – algo habitual em presidentes franceses que antecederam Macron, mas que muita gente – incluindo eu próprio – julgava que ele jamais faria. Ou seja, Macron perdeu credibilidade. E mergulhou a França numa grave crise social e política, que ninguém sabe como e quando irá acabar.
Toda a gente protesta e reivindica. Os franceses parecem querer mais benefícios do Estado social, mas simultaneamente não aceitam pagar mais para esse Estado… Por outras palavras, a França arrisca-se a tornar-se ingovernável.
Considerado arrogante e pouco dado a ouvir os outros, Macron afunda-se por causa do mesmo sentimento de desilusão com os políticos habituais que o levou ao poder. E manifestou alguns “tiques” gaulistas – sem as extraordinárias credenciais do general de Gaulle.
É uma situação penosa para a França e para a Europa comunitária, que Macron defendia com convicção e energia.
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