10 fev, 2025
Na semana passada registaram-se em várias cidades americanas manifestações contra iniciativas e declarações de Trump. Compreende-se que muitos americanos se sintam deprimidos por verem que o presidente do seu país avança com propostas mirabolantes que são rejeitadas, e ridicularizadas, pela comunidade internacional.
A ideia de fazer de Gaza uma “Riviera do Médio Oriente”, expulsando os palestinianos dessa região mártir, só foi aceite por Netanyahu, que não por acaso foi a primeira personalidade estrangeira recebida por Trump na Casa Branca nesta sua segunda presidência. Claro que Netanyahu, empenhado em evitar a todo o custo um Estado palestiniano, viu uma ajuda nesta proposta humilhante para os cerca de dois milhões de habitantes de Gaza. Só que a absurda proposta de Trump foi rejeitada pela esmagadora maioria dos países e das organizações internacionais.
É muito reveladora da mentalidade de Trump esta proposta. Trump comportou-se como se fosse o “rei” do mundo, sem qualquer respeito pelo direito internacional nem sensibilidade perante o sofrimento causado em Gaza pelas forças militares israelitas. Os palestinianos de Gaza seriam expulsos da sua terra e colocados permanentemente noutros países como, talvez, a Jordânia e o Egito – cujos dirigentes não foram previamente ouvidos.
Enfim, mais uma ideia insensata de Trump, desta vez clara e frontalmente rejeitada pela comunidade internacional. E começam a surgir sinais de impopularidade de Trump nos EUA, assim como de alguns seus “ajudantes”, como o multimilionário Elon Musk.
A aura que tem envolvido a atuação de Trump parece recuar. Não que ele se sinta obrigado a renunciar ao cargo de presidente dos EUA. Fiel à sua regra de nunca admitir que perdeu, continuará a reclamar vitória a respeito de tudo o que propõe. Mas o ambiente pode vir a mudar.