12 fev, 2025
A extrema-direita está em alta. De Trump a Viktor Orbán (Hungria) são várias as forças políticas que desprezam as normas democráticas. Orbán elogiou Trump e afirmou que a extrema-direita é o futuro da Europa.
Mas os paladinos da extrema-direita não afirmam claramente que a democracia está ultrapassada, talvez para evitarem os erros da extrema-direita de há cem anos, que julgava e repetia que a democracia pluralista estava morta e enterrada. Enganaram-se.
Uma característica da extrema-direita atual é o seu apreço pelos líderes fortes, como Putin, mesmo quando esses líderes atacam os regimes e as sociedades ocidentais. Por exemplo, Trump multiplica-se em elogios a Putin, ignorando que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Do lado contrário do espetro político, a extrema-esquerda, os problemas são outros. Enquanto perdurou a URSS, o comunismo soviético era apontado por boa parte da extrema-esquerda como o farol da humanidade. O colapso do comunismo soviético acabou com essa bandeira.
A extrema-esquerda procura agora diferenciar-se do socialismo democrático adotando agressivas posições anticapitalistas. Só que no mundo não existe um regime anticapitalista e democrático que possa servir de referência e modelo a esta extrema-esquerda.
Posições anticapitalistas como tem mantido a “França Insubmissa”, de Jean-Luc Mélenchon e que agravaram a crise dos socialistas. Acontece que o partido socialista francês se tem recentemente afastado do extremismo de Mélenchon. A vida não está fácil para o socialismo democrático.