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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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A democracia e os extremos

12 fev, 2025 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A extrema-esquerda é hoje menos falada do que a extrema-direita. E, ao centro, a vida não está fácil para o socialismo democrático.

A extrema-direita está em alta. De Trump a Viktor Orbán (Hungria) são várias as forças políticas que desprezam as normas democráticas. Orbán elogiou Trump e afirmou que a extrema-direita é o futuro da Europa.

Mas os paladinos da extrema-direita não afirmam claramente que a democracia está ultrapassada, talvez para evitarem os erros da extrema-direita de há cem anos, que julgava e repetia que a democracia pluralista estava morta e enterrada. Enganaram-se.

Uma característica da extrema-direita atual é o seu apreço pelos líderes fortes, como Putin, mesmo quando esses líderes atacam os regimes e as sociedades ocidentais. Por exemplo, Trump multiplica-se em elogios a Putin, ignorando que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Do lado contrário do espetro político, a extrema-esquerda, os problemas são outros. Enquanto perdurou a URSS, o comunismo soviético era apontado por boa parte da extrema-esquerda como o farol da humanidade. O colapso do comunismo soviético acabou com essa bandeira.

A extrema-esquerda procura agora diferenciar-se do socialismo democrático adotando agressivas posições anticapitalistas. Só que no mundo não existe um regime anticapitalista e democrático que possa servir de referência e modelo a esta extrema-esquerda.

Posições anticapitalistas como tem mantido a “França Insubmissa”, de Jean-Luc Mélenchon e que agravaram a crise dos socialistas. Acontece que o partido socialista francês se tem recentemente afastado do extremismo de Mélenchon. A vida não está fácil para o socialismo democrático.

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