14 fev, 2025
O Papa Francisco enviou uma carta aos bispos da Conferência episcopal dos EUA denunciando a crise causada pela deportação em massa de imigrantes desencadeada pelo governo de Donald Trump.
Sublinha o Papa que “a consciência corretamente formada não pode deixar de fazer um julgamento crítico e expressar a sua discordância com qualquer medida que identifique, tácita ou explicitamente, a situação ilegal de alguns migrantes com criminalidade”. Ora é isso mesmo que, a mando de Trump, se passa nos EUA.
Como a Renascença noticiou, o Papa Francisco reconhece o direito de uma nação se defender e manter as comunidades seguras face aos que cometeram crimes violentos ou graves, mas insiste em que "o ato de deportar pessoas que, em muitos casos, deixaram as suas próprias terras por razões de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição ou grave deterioração do meio ambiente, fere a dignidade de muitos homens, mulheres e famílias inteiras e coloca-os num estado de particular vulnerabilidade e sem defesa”. E acrescenta: "o que é construído com base na força, e não na verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, começa mal e terminará mal.”
O principal conselheiro de Trump para as políticas de migração reagiu às críticas de Francisco dizendo ao Papa para tratar da Igreja e deixar Trump lidar com migrantes. Ou seja, pretende que o Papa não se pronuncie sobre graves violações dos direitos humanos. Como é óbvio, o Papa Francisco não aceita calar-se perante os atentados à dignidade de pessoas indefesas.
Entretanto, na RTP 1 do passado domingo, passou uma amostra do que Trump considera ser a fé. Uma jovem gritava insistentemente “Victory! Victory! Victory!”, ou seja, Vitória! Vitória! Vitória! “Já sinto o som da vitória!”. Trump, tendo escapado por pouco a uma bala que lhe feriu ligeiramente uma orelha, apresenta-se como enviado de Deus para salvar a América. Só nos faltava este messianismo de pacotilha...
Francisco