19 fev, 2025
“Só 18% dos portugueses acham que os EUA de Trump são um país aliado” – esta era a manchete do jornal Público do passado dia 12. Trata-se de uma sondagem do European Council on Foreign Relations sobre o modo como 14 países europeus encaram as relações desses países com os EUA.
A sondagem foi realizada em Novembro e Dezembro, pelo que não abarca os dois primeiros meses de 2025, quando se multiplicaram as posições do atual poder político americano em relação aos seus aliados europeus. Também não tivemos acesso a uma sondagem anterior (se é que ela existiu) que permitisse revelar a evolução da atitude dos países europeus quanto a Washington.
Apesar dessas limitações, a sondagem divulgada pelo Público merece análise. Assim, por exemplo, em França só 14% dos inquiridos considera os EUA um país aliado e 16% classificam-no como um adversário. O Reino Unido é o país onde maior número (37%) de inquiridos considera os EUA um aliado, seguindo-se a Polónia (31%).
São surpreendentes as respostas de italianos e franceses (50% e 47%, respetivamente) dizendo que a Ucrânia não é parte da Europa. À pergunta “deve a Europa pressionar a Ucrânia a negociar a paz com a Rússia, sem uma oferta prévia de adesão à NATO”, 52% dos inquiridos na Hungria apoia essa posição.
Os EUA vieram duas vezes à Europa, na primeira e na segunda guerra mundial, ajudar os europeus a vencerem os agressores. E depois foram durante décadas os garantes de que o expansionismo comunista não iria agredir os países europeus que não se encontravam na órbita soviética. Mas parece que agora tudo está a mudar. E, infelizmente, não para melhor.