24 fev, 2025
Portugal gasta em defesa apenas 1,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB). E parece que nessa percentagem estão incluídas despesas que não são propriamente de defesa. Será o caso, por exemplo, das despesas com a Guarda Republicana, entidade que tem sobretudo uma natureza policial.
Quer isto dizer que teremos de fazer um excecional esforço para, pelo menos, o país gastar 2% do seu PIB em defesa. Os políticos receiam falar publicamente deste assunto, temendo ser acusados de belicismo ou de militarismo.
Acresce que a guerra atual tem características diferentes da guerra tradicional. Para serem efetivas as forças armadas têm de saber lidar com “drones”. Não basta ter centenas de “drones”, importa também ter a capacidade de atualizar esses atuais meios militares, a um ritmo mensal ou quase. O esforço de atualização também custa dinheiro.
Certamente que gastar mais em defesa não pode significar gastar menos em apoios sociais. Esses apoios nem têm uma dimensão semelhante à que assumem em países mais ricos. Mas são essenciais para travar a pobreza em Portugal. Daí que deva existir, da parte dos governantes, um redobrado empenho num maior crescimento económico, permitindo gerar mais recursos para o Estado.
A situação internacional terá de ser claramente explicada aos portugueses. Importa que estes sejam conscientes de que já não podemos esperar que o poder militar dos EUA nos defenda de eventuais agressões.
Não será tarefa fácil essa pedagogia. Mas os políticos foram eleitos também para fazer ver as realidades aos portugueses.