14 mar, 2025
Neste ano de 2025 tem chovido com frequência. Há muito tempo que as barragens do Algarve não tinham tanta água. A ameaça de seca está assim afastada? Não, de maneira nenhuma.
Apenas em algumas restritas áreas do extremo Norte do país se pode considerar não existir escassez de água. E as perspetivas futuras apontam para que a falta de água se acentue em Portugal, até por efeito das alterações climáticas.
Nos últimos dias de vida útil do governo da AD foi apresentado um programa para enfrentar o problema da água, ou da falta dela. A queda do governo veio pôr em dúvida se este programa será aplicado. Não sabemos o que fará o PS, se lhe couber governar a seguir. Mas uma coisa é certa, o problema da água é das questões nacionais mais sérias, reclamando resposta governamental quanto antes.
É certo que o problema não é de falta absoluta de água, mas da ausência de uma gestão eficaz. O programa apresentado no passado dia 9 de Março aproveita muitas medidas que já estavam projetadas. Os políticos devem olhar para a melhoria da gestão da água como um imperativo nacional.
A estratégia “Água que une” (nome dado ao programa que a crise política remeteu à gaveta) visa aumentar o armazenamento de água, com a subida da capacidade de algumas barragens e o lançamento de novas barragens. Os ecologistas não gostam de barragens, mas têm de compreender que é absurdo perder para o oceano atlântico muita água que nos faz falta. Outro ponto que o referido programa destaca é a redução das perdas de água, que atualmente são superiores a 30% da água transportada.
Até 2040 espera-se uma redução das disponibilidades nacionais de água em 6%, enquanto se prevê um forte aumento no consumo agrícola de água, bem como no consumo urbano. Ou seja, enfrentar o problema da água é urgente.