09 abr, 2025
Antes de ser presidente dos EUA, Donald Trump afirmava que iria pôr fim à guerra na Ucrânia em 24 horas. Mas Trump já é presidente dos EUA há cerca de três meses e os combates prosseguem na Ucrânia. Convém lembrar que os ucranianos combatem contra a invasão da Rússia.
Trump, que sempre se mostrou próximo de Putin, não tem poupado elogios à Rússia. E foi avançando com algumas concessões a Putin, como assegurar que a Ucrânia não faria parte da NATO – sem, como sempre, ouvir os ucranianos sobre o assunto.
Só que passam as semanas e Putin ainda não concordou com um cessar-fogo na Ucrânia. Trump multiplica-se em afirmações segundo as quais teve excelentes conversas com Putin e que a paz não tarda, quando tudo indica que Putin não quer a paz. Putin explora os elogios de Trump, mas não está realmente interessado num cessar-fogo.
Entretanto, Trump lançou a guerra comercial, elevando muito os direitos aduaneiros dos EUA. O mundo sente que daí virão mais dificuldades para o crescimento das economias e as bolsas caem.
Menos comentado tem sido o ataque às universidades e aos investigadores da academia, levando a que muitos destes abandonem os EUA. Escreveu o Economist que Trump ataca aquilo que fez grandes as universidades americanas.
A par com a desvalorização da ciência e do pensamento racional, tais ataques são uma das tendências da maioria dos autocratas. Estes não gostam das “luzes” que abriram o pensamento europeu nem da liberdade de pensamento.
Por isso assistimos a um êxodo de investigadores, que abandonam os EUA, radicando-se no Canadá e na Europa. Perdem os EUA e pode ganhar a Europa.
Francisco