14 abr, 2025
No ano passado o número de imigrantes em Portugal deve ter ultrapassado o milhão e meio; sete anos antes, em 2017, esse número não chegava a 422 mil. Registou-se, assim, um crescimento muito rápido da imigração nos últimos anos.
Por isso numerosas localidades e bairros do nosso país mudaram de aspeto humano. A maioria dos imigrantes tem uma pele mais escura do que a pele da maioria da população nacional, o que torna o fenómeno migratório muito visível.
Tudo indica que esta alteração demográfica, a maior da nossa história, não irá prosseguir com a mesma intensidade. Mas Portugal precisa de imigrantes. Sem trabalhadores estrangeiros paralisaria a atividade económica em setores como a agricultura, a restauração ou a construção civil.
A população do país não recebe mal os imigrantes, felizmente. Mas do Estado não se pode dizer o mesmo – daí o calvário burocrático por que passam os imigrantes quando tentam legalizar a sua situação, obtendo os indispensáveis documentos.
Para quem valoriza o contributo dos imigrantes até para a Segurança Social, importa lembrar que os trabalhadores estrangeiros facilmente podem sair do país, se não lhes agradar a estadia em Portugal, deslocando-se para outros países europeus.
O que, a concretizar-se, seria um golpe não só para o contributo dos imigrantes no mercado de trabalho, como para o alívio que eles proporcionam ao nosso envelhecimento demográfico. As mães estrangeiras já são responsáveis por mais de um quinto dos nascimentos ocorridos em Portugal.
Os imigrantes não anulam o crescente envelhecimento da população nacional, mas atenuam essa evolução. Portanto, acolher bem os trabalhadores estrangeiros e integrá-los na vida nacional não é apenas um imperativo de solidariedade, mas representa também uma exigência da nossa situação demográfica.