31 jan, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença Henrique Raposo admite que a criminalidade violenta juvenil está a aumentar no nosso país, como denunciaram recentemente os autarcas de Lisboa e Loures, apesar de alguns indicadores mostrarem uma diminuição da criminalidade global.
“Sim, eu tenho a tendência para ouvir quem está mais próximo do terreno, neste caso os presidentes de câmara, sobretudo quando são de diferentes cores políticas”, diz Raposo.
O comentador sublinha que “sobre o crime e criminalidade e o medo”, acha “estranho as pessoas pensarem que a realidade inteira cabe no relatório da polícia, como se a polícia soubesse tudo o que se passa no país”.
“Essa ideia é até um pouco totalitária. Há coisas invisíveis que o poder não vê, aliás. É por isso que há literatura e jornalismo: para ver aquilo que não aparece nos relatórios”, assinala.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo dá mesmo exemplos sobre a perceção do aumento da insegurança e fala dos “casos de bullying”, que “estão a subir imenso ou são mais reportados”, do pequeno roubo e dos gangues ligados à droga.
“Isso cria, repito novamente, insegurança. Não vai à folha da polícia, porque as pessoas nem sequer apresentam queixa”, nota, referindo, ainda, que há uma máfia brasileira a atuar no nosso país – “o primeiro comando da capital, com 100 pessoas, já a atuar em Portugal”.
“O quarto ponto está relacionado com a imigração e tem a ver com diferenças culturais na relação entre homens e mulheres. A Clara Ferreira Alves, que ninguém vai chamar de fascista ou de extrema-direita, fala disso hoje no Expresso. Se queremos ser feministas, temos que falar da relação entre homens muçulmanos e mulheres ocidentais porque vai haver ‘lost in translation’ nas culturas”, completa.