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“Um absurdo, um retrocesso brutal”
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Henrique Raposo

Código de Comportamentos em Albufeira "é um absurdo, um retrocesso brutal”

14 fev, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


Henrique Raposo comenta o plano da autarquia de Albufeira para proibir o uso de biquíni, triquíni, fato de banho, calções e cuecas na rua, esplanadas e outros estabelecimentos.

O comentador da Renascença Henrique Raposo considera que “é um enorme absurdo” a Câmara de Albufeira querer proibir uso de biquíni e calções na rua e nas esplanadas.

“Eu recomendo ao PSD e ao Chega de Albufeira: se não gostam de praia, podem ir para Santa Comba ou para a Guarda. Lá não há praia e lá não há biquínis”, diz, ressalvado que “isto é uma piada, porque isto é mesmo uma piada”.

Raposo recorda que na semana passada, neste mesmo espaço de comentário, falou da “não integração das mulheres muçulmanas na sociedade portuguesa e ocidental”, sinalizando que “agora temos da parte de uma autarquia portuguesa [a intenção] de formar uma polícia dos costumes para tapar as pessoas na praia, sobretudo as mulheres, porque estamos a falar do corpo humano”.

No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo insiste que “isto é um absurdo. É uma polícia municipal que chega ao pé de uma senhora ou de uma rapariga para lhe dizer que não pode estar de biquíni”.

“Isto é um absurdo, é um retrocesso brutal; ainda mais ridículo, quando tu olhas para o mundo atual, as grandes heroínas do nosso tempo. Aqui e agora, nós estamos aqui, no nosso conforto, na nossa segurança, as miúdas do Irão estão a morrer todos os dias, porque querem precisamente usar o que quiserem, a começar nos biquínis; querem tirar o véu, querem andar como quiserem, e nós andamos aqui com esta conversa ao contrário”, lembra.

Questionado sobre o que pode justificar a medida da Câmara de Albufeira, Raposo acredita ser “uma cedência a este moralismo de direita radical, direita conservadora”, lembrando que o Algarve é a região do país que tem mais percentagem de voto no Chega.

Por fim, o comentador aconselha a autarquia de Albufeira a gastar o dinheiro, por exemplo, no combate à “violência no namoro e fazer campanhas a sério, para chegar à cabeça dos rapazes e dos homens”.

“Porque há aqui uma obsessão coletiva sempre com a mulher, com o corpo da mulher; só falamos do corpo da mulher, podíamos falar um poucochinho do corpo do rapaz, do homem, e falar sobre isso, para conseguirmos, de uma vez por todas, resolvermos este problema que passa pela educação sentimental dos rapazes”, justifica.

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