07 mar, 2025 • Sérgio Costa , João Malheiro
Henrique Raposo refere que as mulheres "não são punidas por serem mulheres, as mulheres são punidas por serem mães e as cuidadoras".
O comentador da Renascença reage assim a dados da Pordata, desta sexta-feira, que aponta que, apesar de ser das que mais trabalham, as mulheres portuguesas vêm a desigualdade salarial aumentar com a progressão na carreira, atingindo uma diferença de 26% nos cargos de topo, o que equivale a menos 760 euros por mês.
"Em todos os países do Ocidente, a carreira deles e a carreira delas até ao primeiro filho é igual. A partir do primeiro filho, a carreira delas cai a pico. E cada filho é uma queda", aponta.
Henrique Raposo realça que, quando há greves nas escolas, o mais provável é que sejam as mães a ficar em casa com os filhos, enquanto os pais vão trabalhar. Sacrificam "a sua carreira, a folha salarial e as possibilidades de chegar a cargos de chefia".
No seu espaço habitual n'As Três da Manhã, o comentador lamenta que os homens continuem "a recusar a ideia de sacrificarem o seu sonho profissional para partilharem o papel de cuidador em casa". Indica que 90% das famílias monoparentais têm a mãe como o progenitor e, nos EUA, 95% dos casais homossexuais que adotam são lésbicas.
"O tema tem de ser falado dentro de casa, entre marido e mulher, para educarmos a nova geração de rapazes. O Trumpismo é o último refúgio do tipo de homem que recusa esta mudança na família", apela.