10 mar, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença Henrique Raposo diz que perdeu a confiança no primeiro-ministro e, por isso, não irá votar no partido do Governo.
Ainda assim, Raposo não fica surpreendido com as mais recentes sondagens que mostram que a AD continua a liderar intenções de voto.
“Temos de saber separar aquilo que cada um de nós pensa sobre o que se está a passar e sobre aquilo que realmente pode acontecer. Eu, pessoalmente, perdi a confiança no primeiro-ministro. Não irei votar no Governo”, adianta.
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Raposo admite que boa parte do eleitorado pode não pensar assim e entende que “há uma inteligência política por detrás de tudo o que está a passar”.
“Acho que é politicamente inteligente fazer eleições agora do que daqui a um ano”, assinala, explicando que “pode transformar uma crise numa oportunidade”.
“Nós íamos ter eleições para a Assembleia daqui a um ano, depois das presidenciais. Era clarinho como a água. Provavelmente o próximo orçamento nem sequer iria passar”, indica, destacando que “o que se está a fazer é antecipar essa crise e jogar as eleições numa narrativa de vitimização do primeiro-ministro”.
Questionado sobre se esta estratégia pode funcionar, o comentador aponta para as recentes sondagens que “não mexem ou, se mexem, mexem um bocadinho para a AD”.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo admite que esta pode ser a “altura ideal para atacar o Chega”.
“Por tudo aquilo que se passou. Quer dizer, cada dia que passa, cada semana que passa, sabemos que o Chega ou tem um ladrão ou um pedófilo ou um bêbado ou qualquer outro tipo de criminoso”, aponta, acrescentando que “parece que aqueles 50 deputados têm todos cadastro”.
Apesar de as sondagens ficarem sempre aquém daquilo que é o voto no Chega, Raposo entende que, neste momento, tal pode não acontecer, “porque, estes casos, vão, de facto, ao coração do Chega. Ferem, de facto, aquilo que é a presunção de superioridade moral do Chega - os portugueses do bem que iam limpar tudo”.
O comentador destaca ainda o “racional do Governo” numa altura em que “o ocidente inteiro está a virar à direita”.
“Eu espero que não. Eu espero que a IL não se junte à AD numa coligação pré-eleitoral, porque eu quero ter um partido para votar. Era bom ter um partido em quem votar. Mas, se a IL se juntasse à AD, provavelmente encostava na maioria absoluta”, destaca.
O comentador, que nos últimos dias ouviu “a maior parte dos comentadores” dizer que o “Montenegro vai ser punido, que a AD vai perder” pede “calma”.
“A realidade tem ensinado que o comentário e o meio intelectual do comentário está constantemente a falhar porque confunde as suas opiniões e sentimentos com a realidade”, conclui.