Narrativa de Trump "esconde que a guerra tem corrido pessimamente à Rússia"

Henrique Raposo aponta que o Presidente dos EUA tem uma narrativa que "esconde que a guerra tem corrido pessimamente à Rússia" e a Vladimir Putin.

O comentador da Renascença indica que o Kremlin "está numa situação bastante fragilizada", depois de ter perdido cerca de 800 mil homens na guerra com a Ucrânia.

"Para se ter uma noção, os norte-americanos, em 25 anos de guerras - no Iraque, no Afeganistão -, perderam cerca de 50 mil", refere.

No seu espaço de comentário habitual n'As Três da Manhã, Raposo aponta que a Rússia já era um país "extremamente frágil do ponto de vista demográfico". Um homem russo tem uma esperança média de vida de 60 anos, refletindo "uma sociedade extremamente doente".

Henrique Raposo diz que a humilhação de Zelensky na Casa Branca "criou a ideia que a Rússia tem todas as cartas na mão. Não tem".

"Se a Rússia continuar, neste ritmo, a tentar conquistar a Ucrânia, vai conseguir fazê-lo daqui a 120 anos. A ideia de que a Rússia é um poder gigantesco que consegue aterrorizar a Europa é, em parte, falacioso", considera.

Para o comentador, Trump está a tentar "dividir a Europa" e fazer "o que o PCP sempre sonhou: destruir a NATO e a União Europeia".

Henrique Raposo rejeita as críticas de que os responsáveis europeus têm feito pouco, tendo em conta "o ponto de partida da Europa", quando a Rússia invadiu a Ucrânia, numa altura de "repúblicas pacíficas".

"Os europeus têm todos os meios. Portugal tem de comprar novos caças e pode comprar os suecos. E os olhos ucranianos no terreno são drones portugueses. Temos de reindustralizar a Europa. Era um tema da nossa agenda, antes de isto tudo começar", explica.

"Somos mais fortes do que pensamos", reitera, para concluir.